98% dos moradores das favelas têm rituais de beleza aponta pesquisa do NÓS — Novo Outdoor Social

98% dos moradores das favelas têm rituais de beleza aponta pesquisa do NÓS — Novo Outdoor Social

Sete em cada 10 pesquisados dizem que sua percepção de cuidado com a beleza mudou nos últimos anos e dedicam mais tempo ao autocuidado

 

Ter um ritual diário, ou semanal, com seus produtos preferidos, buscar tratamentos e procedimentos estéticos para se sentir bonito e com a autoestima elevada é um hábito para 98% dos moradores de favelas. É o que aponta o “Persona Favela – Beleza” do NÓS Pesquisas, braço estatístico do NÓS — Novo Outdoor Social.

Hoje há uma noção maior por parte das marcas da diversidade brasileira, o que atrai novos consumidores e que é um diferencial no momento de escolha. Os números mostram que 66% declaram usar produtos de acordo com as características físicas, tipo e cor de pele e dos cabelos. Por conta disso, a percepção do que é “beleza” também mudou nos últimos anos, principalmente entre o público feminino (74%) e os pretos e pardos (72%).

“O segmento é um dos que mais cresce no país, por conta da aceitação de novas formas e tipos de beleza, além do aumento da autoestima das populações pretas, pardas e periféricas. Chegar a esse público é algo essencial para todas as empresas desse ramo. Existe uma economia pulsante nas favelas esperando por produtos e serviços”, ressalta Emília Rabello, CEO do NÓS — Novo Outdoor Social.

Rituais de beleza

A busca pela beleza faz parte da rotina da população das favelas brasileiras. Para 42% o skincare é diário, em um percentual maior entre as mulheres (51%). Entre os homens, 34% admitem o uso de algum cosmético diariamente. O cabelo aparece como destaque para ambos os sexos, com a compra de shampoos, condicionadores, hidratantes e idas a estabelecimentos de cuidados capilares.

Sete em cada 10 moradores de comunidades frequentam salões de beleza ou barbearias. Entre os homens 79% utilizam esses locais e gastam cerca de R$60 com profissionais da área mensalmente. Para o público feminino o número cai para 68%, porém o investimento é maior, chegando a R$120, pelo menos uma vez ao mês.

Destes, 91% buscam pelo profissional de dentro da comunidade, sendo os fatores primordiais de escolha a confiança e o atendimento, para 82% dos entrevistados.

Também aparecem como produtos essenciais os perfumes, desodorantes, hidratantes para o corpo, maquiagem, produtos para unhas, mãos e pés — principalmente entre as mulheres — e lâminas e espumas de barbear — para os homens.

Mercado aberto

Tanto marcas nacionais quanto as gigantes multinacionais se beneficiaram desse boom de novos públicos, o que demonstra que o segmento pode crescer ainda mais dentro das comunidades.

“Hoje são oferecidos produtos melhores, com preços acessíveis e voltado para tipos de beleza diferentes, como é o caso de mulheres pretas, cabelos cacheados, entre outros. O auxílio de influencers com maior diversidade e falando a linguagem desses consumidores também é importante. Porém, os números mostram que ainda existe um espaço enorme para ser explorado por quem estiver disposto a interagir e se comunicar com a favela”, explica Emília.

Essas novas formas de comunicação são essenciais para chegar nas comunidades, cinco de cada 10 pessoas disseram se basear em dicas de influenciadores e celebridades quando o assunto é beleza. Esse número sobre para 60% entre as mulheres. Além de programas de TV e blogs especializados, as redes sociais também despontam como um espaço de busca de informações.

Entre as mulheres, as razões de escolha de uma determinada marca leva em conta o custo e benefício, que está atrelado à qualidade. Os homens são mais atraídos por promoções, e não são tão fiéis a marcas. A compra desses cuidados pessoais é feita uma vez por mês para 32% das mulheres. Já os 26% dos homens entrevistados costumam gastar apenas quando o produto acaba.

O estudo demonstra ainda que as pessoas gostam mesmo de comprar perto de casa, seja pela facilidade, ou por uma valorização dos empreendedores locais. “Questões como pertencimento e valorização das origens é algo muito importante para essas pessoas, tanto que de cada 10 compras quatro são realizados com consultores e vendedores da própria localidade, e outros dois em farmácias e lojas do entorno de sua residência”, afirma Cátia Barros, analista responsável pela pesquisa.

Universo pesquisado

A favela é feita por gente de verdade e que, com um potencial de consumo de R$ 167 bilhões anuais — R$ 9,9 bilhões apenas nas comunidades que fazem parte da pesquisa —, têm sonhos e desejos. Foram entrevistadas 431 pessoas das 15 maiores favelas em 11 Estados brasileiros.

O recorte realizado pela NÓS tem a confiabilidade de 95%, onde contamos por meio de dados os desejos e os sonhos dessas pessoas, que não querem mais ser invisibilizadas. Com renda média de R$3 mil mensais, 242 mil domicílios, onde moram 747 mil pessoas, sendo 54% mulheres, 42% homens e 4% outros (LGBTQIAP+), que demonstram estar preparados para os gastos extras nesta época do ano. Brasileiros em busca de uma chance de brilhar.

COMUNIDADES PESQUISADAS:

Belém (PA): Baixada Nova Jurunas, Condor;

Manaus (AM): Cidade de Deus;

Fortaleza (CE): Pirambú

São Luís (MA): Coroadinho;

Recife (PE): Casa Amarela

Salvador (BA): Complexo de Amaralina

Brasília (DF): Sol Nascente;

Belo Horizonte (MG): Aglomerado da Serra;

Rio de Janeiro (RJ): Rocinha, Rio das Pedras;

São Paulo (SP): Heliópolis, Paraisópolis;

Curitiba (PR): São Domingos Agrícola;

Porto Alegre (RS): Cruzeiro do Sul.

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