Déficit das contas externas é o maior para todos os meses em 66 anos

O forte déficit da balança comercial brasileira, o alto valor de gastos de brasileiros lá fora e o volume de remessas de juros, lucros e dividendos ao exterior levaram a conta de transações correntes (balança comercial, serviços e rendas) a registrar, no primeiro mês deste ano, um resultado negativo de US$ 11,3 bilhões – o pior desde 1947, quando tem início a série histórica do Banco Central. A chamada conta corrente é um dos principais indicadores das contas externas brasileiras. O resultado negativo surpreendeu até mesmo o Banco Central, que estimava um resultado negativo de US$ 8,3 bilhões para janeiro de 2013. Até o momento, o maior déficit na conta de transações correntes havia sido registrado em dezembro do ano passado (-US$ 8,4 bilhões). De acordo com a autoridade monetária, a balança comercial, um dos principais componentes das transações correntes, registrou resultado negativo de US$ 4 bilhões no mês passado – o pior da história. O valor foi influenciado por importações de combustíveis e lubrificantes pela Petrobras, que, de fato, aconteceram em 2012. Além disso, os brasileiros gastaram US$ 2,29 bilhões no exterior, novo recorde, resultando em um déficit de US$ 1,59 bilhão na conta de viagens internacionais, e as remessas de juros, lucros e dividendos totalizaram US$ 3,8 bilhões no mês passado. “Tivemos um déficit significativo em janeiro, acima até do que havíamos estimado há 30 dias. Se deve a um déficit mais expressivo da balança comercial. No ano passado, o resultado tinha sido melhor no período. E também tivemos um volume de remessas de lucros e dividendos mais significativo”, informou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central. Ao mesmo tempo em que o déficit em transações correntes bateu recorde histórico, o mesmo não aconteceu com o ingresso de investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira. Em janeiro deste ano, houve o ingresso de US$ 3,7 bilhões, valor menor que os US$ 5,4 bilhões do primeiro mês de 2012. Com isso, os investimentos estrangeiros não foram suficientes para “financiar” o déficit das contas externas em janeiro deste ano. “A avaliação de dados mais frequentes, mensais, não permite ter uma conclusão em termos de investimentos estrangeiro direto e déficits em transações correntes. As duas variáveis flutuam mês a mês, tendo, inclusive, uma sazonalidade. A expectativa é que, já em fevereiro e março em diante, tenhamos resultados melhores da balança comercial”, declarou Maciel, do BC. (Fonte: Portal G1) (veja a matéria em nosso site)

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