Balança preocupa analistas

Vendas de produtos para outros países crescem menos do que as importações. Deficit no ano é de US$ 5,095 bilhões. Sem sinais claros de recuperação das vendas externas do país, especialistas veem com dificuldade uma melhora no saldo comercial do país. O resultado das três primeiras semanas de maio anunciado ontem pelo Mdic foi positivo em US$ 1,057 bilhão, valor insuficiente para zerar o deficit de US$ 6,2 bilhões acululado até abril, recorde histórico. O saldo do ano continua negativo em patamar elevado: US$ 5,095 bilhões. Os embarques, segundo o Mdic, somaram US$ 12,7 bilhões no acumulado do mês, com uma média diária por dia útil de US$ 1,059 bilhão, volume 1,2% menor que o de abril, mas 0,4% maior que o do mesmo período de 2012. As importações totalizaram US$ 11,6 bilhões, com alta de 5,5% sobre o computado em 2013.  Diferentes tipos de produtos registraram queda nas exportações, como petróleo e derivados, metalúrgicos, açúcar e têxteis tiveram as principais quedas no mês. O dado que mais chamou a atenção do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, foi a queda de quase 20% nos embarques de petróleo e derivados. Para ele, esse número é reflexo da diminuição da produção da Petrobras, o que é preocupante. “Os dados da balança não são animadores. Acredito que haverá superavit este ano, mas ele deverá ser muito pequeno”, apostou Castro, reconhecendo que está cada vez mais pessimista. No início do ano, Castro previu US$ 14,5 bilhões de superavit, mas ele disse que poderá reduzir em junho essa estimativa para menos de US$ 5 bilhões. “Os preços da soja estão em queda. E o Brasil já exportou 45% dos 38 milhões de toneladas previstas para este ano. Com isso, a contribuição dessa commodity no superavit no segundo semestre vai ser muito pequena”, completou. Ele alertou para a queda nos preços do minério de ferro, um dos itens que mais pesam na balança . O presidente da AEB não está sozinho nas suas preocupações. Ontem, o Ibre, da FGV, divulgou um estudo apontando que a piora nas contas externas do país é o novo elemento de complicação para o desempenho do PIB. No estudo, a entidade avalia que o deficit de US$ 6,2 bilhões até abril, considerado “o mais elevado da série histórica em muitos anos”, é a principal fonte de preocupação para a economia brasileira. O Ibre ponderou que, apesar de algumas transações fortemente concentradas no mês, como o registro de combustíveis por parte de importações postergadas pela Petrobras, “não há como negar que essa dinâmica (negativa nas contas externas) embute tendências mais permanentes” para todo o ano. (Fonte: Correio Braziliense)


Comments

Open chat
Como posso te ajudar?