A Ásia cresceu de tamanho como mercado para o Brasil, apesar da queda nos preços de importantes produtos de exportação brasileiros neste ano. Vários países da região ajudam a compensar a perda de apetite da China por commodities. Em abril, a fatia dos asiáticos entre os compradores de mercadorias exportadas pelos brasileiros chegou a pouco menos de 36% do total, mais de 80% acima do mercado representado pela União Europeia e quatro vezes superior ao dos Estados Unidos. Embora haja expectativas de melhorar esse quadro, entre 70% a 80% do que o Brasil vende ao Oriente é de produtos de baixo valor agregado.No quadrimestre, a fatia asiática entre os compradores de produtos brasileiros chegou a 31%, um terço além da absorvida pela União Europeia e mais de duas e vezes e meia superior à dos EUA. De cada dois dólares em produtos vendidos aos asiáticos, pouco mais de um dólar se destina à China, que foi, também quem mais aumentou as compras do Brasil, em termos absolutos, no primeiro quadrimestre: mais US$ 537 milhões, ou 4,6% além do que importaram do país no mesmo período do ano passado (pela média diária de exportações o aumento foi de 5,9% – em 2013 houve mais dias úteis).Mas outros países asiáticos com peso no mercado tiveram aumentos significativos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Malásia e Indonésia. Os japoneses elevaram suas compras do Brasil em 20% no primeiro quadrimestre e em 42% em abril, comparadas com o mesmo período do ano passado, o que acrescentou US$ 447 milhões à balança comercial brasileira.A Coreia do Sul e Taiwan aumentaram, ambas, em 32% as importações no primeiro quadrimestre, contribuindo, somadas, com mais US$ 593 milhões. O aumento das importações de produtos brasileiros na Malásia foi ainda maior, 50%, ou mais US$ 154 milhões. A Coreia exemplifica a dependência dos movimentos das commodities: o aumento de 18 mil % nas compras de milho (mais US$ 475 milhões) compensou com folga a queda de US$ 62 milhões de compras de minérios de ferro e cobre do Brasil.”O Brasil exporta para a Ásia, em grande parte, produtos básicos como carne, minério, açúcar, nos quais temos vantagens comparativas”, comenta o economista Rodrigo Branco, da Funcex. “Ao contrário de outros mercados onde entra quem tem produtos competitivos em preço e qualidade, na Ásia a negociação é diferente, é preciso de associação com empresários locais”, comenta o especialista, lembrando o valor dado pelos asiáticos à relação pessoal entre compradores e vendedores. (Veja a matéria no site – Fonte: Valor Econômico)