Analistas previam taxa menor. Expansão foi disseminada.Após o crescimento pífio de 0,9% da economia brasileira entre janeiro e março, a indústria iniciou o segundo trimestre em ritmo mais acelerado. A produção cresceu 1,8% em abril, frente a março, já descontados efeitos sazonais, informou ontem o IBGE. O resultado veio acima do esperado pelo mercado (entre 0,5% e 1,7%), mas analistas são cautelosos e afirmam que ainda não é possível saber se há uma recuperação consistente.Em relação a abril de 2012, a expansão foi de 8,4%, maior taxa desde agosto de 2010 (8,6%). O calendário ajudou , já que abril deste ano teve dois dias úteis a mais que abril do ano passado. Em 12 meses, a indústria ainda acumula retração de 1,1%.No mês passado, o crescimento da indústria foi mais disseminado: dos itens pesquisados, 63% apresentaram alta, ante 37% em março.- Há predomínio de taxas positivas. Mas, considerados os indicadores de confiança, ainda temos que aguardar com cautela para saber se o movimento até abril é consistente – diz o gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, André Luiz Macedo.Com o resultado de abril, a queda de 0,5% da produção industrial acumulada no ano até março se transformou em um crescimento de 1,6%.- Apesar do resultado positivo, o cenário ainda é de cautela, porque se espera uma recuperação frágil da indústria. Para maio, temos projeção preliminar de queda de 1,2% frente a abril – diz Rodrigo Nishida, economista da LCA Consultores.- É provável que a indústria ajude o segundo trimestre a ter resultado melhor que o primeiro (no PIB), mas não tanto. Ela terá um ano melhor que 2012, mas não dá para dizer que vai ser de crescimento forte – diz o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.
Em alta há quatro meses seguidos, o setor de bens de capital também registrou uma maior disseminação do crescimento. O setor como um todo subiu 3,2% em abril, frente a março. Em relação a abril de 2012, a produção de bens de capital cresceu 24,4%. Nesta comparação, tiveram alta os bens de capital para transporte (34%), agricultura (28,7%), energia (18%),indústria (20,7%) e construção civil (18,4%).Os insumos da construção civil (outro termômetro dos investimentos) tiveram alta de 9,7% frente a abril do ano passado. (Fonte: O Globo)