Depois de o governo anunciar o aumento do IOF para cartões de débito no exterior, analistas passaram a ver a possibilidade de uma futura taxação para a compra de dólar em espécie
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não procede a informação de que o governo vai taxar com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a compra de moeda estrangeira. “O IOF não será colocado em outros itens. Não é um IOF generalizado”, disse.
Depois de o governo anunciar, em dezembro, o aumento do IOF para cartões de débito no exterior, analistas passaram a ver a possibilidade de uma futura taxação para a compra de dólar em espécie no mercado de balcão das instituições financeiras. “Estamos colocando um tributo que tem objetivo regulatório, de evitar exageros”, disse.
O ministro acrescentou que o objetivo é mais regulatório do que arrecadatório, já que a arrecadação ocorrerá, mas “não é o mais importante”. Mantega citou que os gastos dos brasileiros no exterior estão “muito altos” (em 2013 somaram US$ 23 bilhões).
O ministro lembrou que o governo retirou o IOF de 1,5% que incidia na cessão de ações negociadas na bolsa brasileira para lastrear a emissão de American Depositary Receipts (ADR). “Até uma semana atrás tiramos o IOF de operações com ADR. Estamos tirando IOF e não colocando IOF”, disse.
Câmbio
Mantega disse que a oscilação sentida ontem no mercado de câmbio, quando o dólar foi negociado acima de R$ 2,40, é um movimento internacional. “Todas as moedas se desvalorizaram. Hoje já há um movimento um pouco diferente. Me parece que estamos inseridos neste mesmo grupo”, disse. Mais cedo, o dólar à vista era cotado a R$ 2,3770, com queda de 0,54%.
Mantega, no entanto, evitou comentar que o movimento no mercado pode ter sido puxado pelo temor de que a redução dos leilões de swap cambial pelo Banco Central pode não atender à demanda por hedge cambial. “Não sei avaliar a política do BC”, disse.
Fonte: Estadão