Os riscos associados às moedas latino-americanas diminuíram após o anúncio de início da retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos. A opinião é da área de investimentos do JP Morgan. Apesar disso, a casa mantém cautela em relação ao real brasileiro. A incerteza fiscal faz com que o banco mantenha “viés negativo” para a divisa brasileira.
No relatório sobre perspectivas e estratégias para mercados emergentes em 2014 enviado esta semana aos clientes, o JP Morgan afirma que as ameaças internacionais para as moedas da América Latina parecem ter diminuído nas últimas semanas. “Nós acreditamos que os riscos externos para as moedas latino-americanas diminuíram após o Federal Reserve ter anunciado o início da retirada dos estímulos para janeiro”, diz o documento, ao comentar a decisão anunciada em meados de dezembro.
Diante do quadro, o banco sugere o aumento das posições em peso mexicano e peso colombiano na carteira modelo para 2014. O mesmo não pode ser dito do Brasil. “Nós mantemos visão negativa de longo prazo para o real brasileiro e o peso chileno e não vemos uma boa relação entre risco/retorno no curto prazo”, diz o texto. O JP Morgan explica que no Brasil “a incerteza fiscal nos mantém cautelosos, apesar dos níveis de retorno atrativos”.
No quadro geral para o ano, o rublo russo também tem potencial positivo, enquanto a rupia indonésia e o peso filipino estão junto com o real no grupo com perspectivas desfavoráveis. “Nós entramos 2014 com perspectiva acima da média (overweight) para o rublo russo, peso colombiano e peso mexicano no mercado à vista, para a rupia indiana no mercado de opções e a favor do won coreano contra o ringuite malaio e o iene japonês. Estamos com perspectiva abaixo da média (underweight) para a rupia indonésia e o peso filipino e mantemos viés negativo para o real brasileiro e o peso chileno”, diz o relatório assinado pela equipe do JP Morgan.
Fonte: Estadão