A agência de classificação de risco Standard & Poor’s diz não ter visto “mudanças significativas” nos dois pontos que a levaram a colocar, em junho, a nota soberana do Brasil em perspectiva negativa.
O fraco crescimento e as consequências fiscais de políticas de incentivo seguem sendo “monitoradas” pela agência, segundo Roberto Sifon-Arevalo, diretor executivo e analista de ratings de finanças públicas para a América Latina.
“Questões estruturais da economia brasileira não estão permitindo que o crescimento seja mais forte, e então o governo tem que compensar enquanto usa uma política fiscal mais expansionista, por meio do BNDES e de alguns outros estímulos fiscais”, disse Sifon-Arevalo, em uma webconferência com jornalistas.
Segundo o analista, é “difícil imaginar” ainda que, em um ano eleitoral, o governo brasileiro mexa em seu cenário fiscal.
O rating brasileiro está em “BBB”, uma escala acima do “grau de investimento”, obtido em maio de 2008. Mas, em junho, a agência revisou a perspectiva de “estável” para “negativa”.
Na questão de infraestrutura, a agência avalia que o Brasil ainda tem que fazer, nos próximos cinco meses, “enormes investimentos em infraestrutura, seja em estradas, portos e aeroportos, eletricidade”, mas que o país “estará pronto” para a Copa do Mundo.
“O Brasil estará pronto, e eu mesmo estou esperando pela Copa”, disse o analista de projetos de infraestrutura e de rating de finanças estruturais da agência, Arthur Simonson.
Fonte: Folha