Após dois meses, comércio volta a subir, com expansão de 0,5% em maio



No mês anterior ao início da Copa do Mundo, o comércio varejista voltou a crescer e registrou alta de 0,5% frente a abril, após duas quedas consecutivas nessa base de comparação. Analistas apostavam numa taxa muito próxima da estabilidade na comparação com abril -entre 0,1% e -0,1%.

A alta de abril para maio é a mais intensa do comércio desde novembro de 2013, quando havia sido de 0,6% em relação a outubro.

Em abril, o recuo havia sido de 0,4%. Em março, a perda também foi de 0,4%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta quarta-feira (16).

Na comparação com maio de 2013, as vendas do varejo subiram 4,8% –abaixo da taxa de abril, de 6,7%. Com esse resultado, o setor acumula uma alta de 5% de janeiro a maio.

Já no acumulado em 12 meses, o comércio apresenta uma expansão de 4,9%. Analistas esperam uma perda de ritmo do setor no segundo semestre e preveem uma taxa ao redor de 4% a 4,5% em 2014.

Nos últimos meses, o varejo tem mostrado uma tendência de desaceleração diante de crédito mais caro e contido ao consumidor –em razão de juros mais altos e inadimplência elevada.

O consumo também apresenta uma freada por conta da inflação mais elevada neste ano e de um mercado de trabalho que já não se mostra tão favorável –com a geração de vagas praticamente estagnada e a renda em desaceleração. Esse cenário tende a se intensificar, dizem especialistas.

SETORES

Após dois meses em queda, o varejo de alimentos e bebidas ensaiou uma leve recuperação e suas vendas cresceram apenas 0,1% num cenário de uma inflação menos salgada do grupo alimentação em maio. O ramo é o de maior peso no varejo.

Outro ramo que se beneficiou com a Copa é o de móveis e eletrodomésticos, com alta de 2,4% frente a abril –quando a expansão havia sido menor, de 0,8%. Já em junho, as indicações são de que as vendas de TVs esfriaram, após o período de antecipação de compra pré-Mundial.

Após cair em abril e março, as vendas de artigos de vestuário também reagiram e subiram 0,8% de abril para maio. Outros setores de destaque foram os de itens de uso pessoal e doméstico (alta de 2,6% ante abril) e de farmácias e perfumarias, com expansão de 1,6%.

Para junho, a maior parte dos analistas espera um fraco desempenho por conta da Copa, que reduziu o movimento em shoppings e lojas de ruas em dias de jogos do Brasil e feriados decretados nas cidades-sede –que estão dentre as de maior peso na pesquisa do IBGE, como Rio, São Paulo e Belo Horizonte.

A expectativa é que apenas alguns ramos tenham se beneficiado, como o de material esportivo e de outros artigos de uso pessoal (como lembranças, bandeiras, enfeites e outros). No caso do varejo de alimentos e bebidas, há dúvida se o maior movimento diante da Copa será capaz de compensar o menor número de dias úteis.

Os maiores beneficiados são os ramos do setor serviços, como turismo (inclui hotéis), bares e restaurantes, que não são pesquisados nesse levantamento do IBGE.

Fonte: Folha

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