A Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer maior rapidez nas negociações de acordos econômicos do Brasil com outros parceiros além do Mercosul, especialmente Colômbia e Peru, e também no estabelecimento do tratado de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia.
Ontem, a entidade divulgou nota para afirmar que a indústria brasileira considera prioritário discutir na cúpula do Mercosul, em Caracas, a aceleração do cronograma de liberalização comercial entre Brasil e Peru e Colômbia, países-membros da Aliança do Pacífico.
“A indústria defende a aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacífico. E uma das formas para que isso possa ocorrer é pela antecipação da redução de tarifas no comércio bilateral”, disse o diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi. De acordo com Abijaodi, acelerar os termos previstos nos acordos celebrados com Peru e Colômbia não prejudica os compromissos do Brasil com o Mercosul.
Em 2003, o Brasil firmou acordos bilaterais com Peru e Colômbia, que preveem redução gradual dos impostos de importação cobrados pelos dois países. No primeiro caso, 85% de 6.524 produtos já tiveram tarifas zeradas no comércio com o Brasil, percentual que deve chegar a 95% em janeiro de 2016. Com a Colômbia, 80% 6.524 produtos já estão com alíquota zerada desde 2013 e o acordo só prevê novas isenções a partir de janeiro de 2017.
A CNI defende antecipação desse processo para janeiro de 2015. “A aceleração do comércio pode intensificar o fluxo de mercadorias do Brasil, ampliando mercados para os exportadores brasileiros nesses dois países”, diz Abijaodi.
Para a CNI, a cúpula é uma “ocasião estratégica” para a discussão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A entidade defende que os dois blocos troquem “com urgência” suas ofertas, primeiro passo para um futuro acordo comercial. “O Brasil possui hoje acordos comerciais que representam acesso à apenas 10,2% do comércio mundial, enquanto os do Chile cobrem 82,2% dos mercados e os do Peru, 73,7%”, afirma a CNI na nota divulgada ontem.
A entidade defende maior segurança jurídica no bloco e que a cúpula avance sobre uma agenda econômica interna “permanente e de longo prazo”, como a solução para a bitributação da Tarifa Externa Comum, o código aduaneiro comum e a liberalização do setor automotivo.
Fonte: Valor Econômico