Recessão técnica no segundo trimestre não está descartada, afirma economista



Segundo especialista, PIB do 1º trimestre pode ser revisado para baixo na próxima divulgação do IBGE, o que indicaria uma recessão da economia

SÃO PAULO – Com a queda de 1,48% do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) em junho ante maio, o Banco Mizuho do Brasil revisou para baixo a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre de -0,4% para -0,5%, informou o estrategista-chefe da instituição, Luciano Rostagno. Na avaliação dele, o resultado negativo do IBC-Br em junho e as revisões para baixo do indicador em março, abril e maio indicam que a economia brasileira pode estar em uma recessão técnica.

O analista explica que a queda “bastante pronunciada” do IBC-Br revela que a economia contraiu fortemente no segundo trimestre deste ano, o que indica que o PIB nesse período, previsto para ser anunciado no fim de agosto, deverá ser negativo. Aliado a isso, acrescenta, as revisões para baixo do indicador dos meses anteriores mostram que o PIB do primeiro trimestre, que cresceu 0,2%, poderá ser revisado para baixo. “Com dois PIBs negativos consecutivos, indicaria recessão técnica da economia”, diz.

O economista avalia que o resultado negativo em junho é consequência, em parte, do efeito Copa do Mundo, vide dados do varejo e da produção industrial negativos nesse período. Ele pondera, contudo, que não dá para colocar toda a responsabilidade da forte queda no Mundial sediado no País. “A economia não contraiu só em junho, vimos o IBC-Br apontando contração forte do PIB em maio, vindo após uma estagnação em abril”, afirmou.

Pessimismo. A queda do IBC-Br reforça a percepção de que a atividade econômica brasileira fechará o segundo trimestre deste ano com desaceleração. A avaliação é da equipe econômica do Bradesco e consta de nota enviada a clientes do banco há instantes. “Esse resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e sucede o recuo de 0,80% entre abril e maio (revisado ante a divulgação anterior de -0,18%)”, escreveram na nota os economistas.

Na comparação com junho de 2013, o índice apresentou retração de 2,15%, acumulando alta de 1,5% nos últimos 12 meses. No segundo trimestre, segundo o indicador, houve queda de 1,2% na margem, desacelerando ante a estabilidade registrada entre janeiro e março. “Essa variação reforça a percepção de desaceleração da atividade econômica no trimestre passado, assim como sugerido por outros indicadores coincidentes”, disseram.

Fonte: Estadão

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