PEDRO SOARES
O emprego na indústria segue em terreno negativo, apesar da melhora da produção em julho. Naquele mês, o total de pessoas ocupadas no setor caiu 0,7% na comparação com junho, já descontados os efeitos típicos de cada período. Foi a quarta taxa negativa consecutiva nessa comparação, acumulando neste período perda de 2,4%.
O resultado destoa da expansão de 0,7% da produção de junho para julho –que voltou a crescer e surpreendeu analistas impulsionada, em parte, pelo efeito da Copa, que levou a menos hora trabalhadas em junho, quando ocorreram mais jogos.
O resultado de junho corresponde ao quarto consecutivo de retração do emprego industrial.
Em relação a julho de 2013, houve retração de 3,6%. Com esse resultado, o emprego indústria acumulada quedas de 2,6% neste ano e 2,2% nos últimos 12 meses encerrados em julho.
Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta quarta-feira (10). Segundo o instituto, o valor da folha de pagamento real (indicador do rendimento da indústria) caiu 2,9% em relação a junho. Já frente a julho de 2013, a perda foi de 3,4%.
Apesar da queda, o rendimento ainda cresce de modo moderado, acumulando alta de 0,6% neste ano e de apenas 0,1% em 12 meses.
Além do fraco desempenho da produção da indústria neste ano, o emprego no setor sofre ainda com a confiança reduzida de empresários que postergam ou desistem de investimentos, o que impede novas contratações.
Outro fator é que ramos que empregam proporcionalmente muito, como calçados e vestuário, sofrem mais com a concorrência de produtos importados. Algumas empresas desses ramos já transferiram suas linhas de produção para outros países onde a mão de obra é mais barata.
Fonte: Folha