PEDRO SOARES
O comércio varejista do país registrou uma queda de 1,1% nas vendas em julho, em comparação com o mês anterior. É o pior resultado desde outubro de 2008, quando houve o estouro da crise global. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (11).
O resultado aprofunda a perda do varejo, que há seis meses não registra crescimento. Em junho, as vendas já haviam recuado 0,7%.
Na comparação de julho com igual período de 2013, as vendas caíram 0,9%. Apesar da retração, no acumulado deste ano o resultado ainda é positivo, com alta de 3,5%. Na taxa de 12 meses encerrados em julho, o setor registrou uma alta de 4,3%.
O comércio foi um dos destaques negativos do PIB do segundo trimestre, puxado para baixo por conta do menor movimento provocado pela Copa, evento que reduziu os dias úteis e o horário de funcionamento no varejo, devido aos feriados em cidades-sede e a dispensa de trabalhadores durante os jogos.
Os dados de julho ainda mostram ainda os efeitos da Copa e indicam que a freada do consumo, já vista no PIB do segundo trimestre, pode se intensificar.
SETORES
Dentre os setores pesquisados, os piores desempenhos de julho ficaram com supermercados e demais lojas de alimentos e bebidas, com perda de 1,3%, e móveis e eletrodomésticos, cujo recuo foi de 4,5%. Esses são os dois ramos de maior peso no comércio e ditaram, portanto, a retração das vendas do setor no período.
Excluindo lojas de alimentos e bebidas, o ramo de super e hipermercados registrou queda maior, de 1,5% na comparação com junho de 2014.
Frente a junho, também tiveram queda vestuário (0,1%) e outros artigos de uso pessoal e domésticos (0,4%).
Por outro lado, outras atividades tiveram bom desempenho e evitaram um tombo ainda maior do varejo em julho. É o caso da expansão das vendas de combustíveis (0,8%) e e equipamentos de informática (0,9%).
VAREJO AMPLIADO
O IBGE também mede o desempenho do chamado comércio varejista ampliado, que inclui setores cujas vendas também são destinadas ao atacado. Nesse caso, as vendas cresceram 0,8% em julho, na esteira da recuperação do setores de veículos e construção, que registraram expansão de 4,3% e 3,8%, respectivamente.
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Fonte: IBGE |
Fonte: Folha