Os analistas mantiveram o “padrão” das últimas semanas e reduziram, pela 17ª vez, a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2014.
Agora o mercado reduziu a projeção de alta do PIB para 0,30%, segundo o boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (22). Na análise anterior, a estimativa era de alta de 0,33%.
Eles também reduziram a previsão para a expansão da economia no ano que vem, de 1,04% para 1,01%.
Com isso, veem cada vez mais a necessidade de aperto monetário menor –ou seja, relaxamento dos juros– no próximo ano, em meio ao cenário de atividade econômica cada vez mais fraca e inflação ainda elevada.
Os analistas mantiveram a projeção da Selic, a taxa básica de juros, em 11% até o fim deste ano, mas reduziram pela quarta semana consecutiva a projeção ao fim de 2015, de 11,50% para 11,25%.
Há um mês, eles esperavam juro de 12% no encerramento do próximo calendário.
Esse movimento faz aproximar um cenário em que não haverá mais um novo ciclo de alta da Selic, hoje a 11% ao ano. O único aumento em 2015, segundo o Focus, é previsto para acontecer em setembro.
Entre os analistas Top 5 –aqueles que mais acertam as projeções–, a projeção para a Selic foi mantida em 11% para o fechamento de 2014 e também em 12% no próximo ano.
Alguns analistas têm considerado que o juro não deve subir muito por causa da atividade enfraquecida no país.
INFLAÇÃO
Mesmo com a visão de atividade fraca, os especialistas consultados continuam vendo a inflação elevada.
As projeções dos analistas para a inflação passaram de 6,29% para 6,30%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%. A meta para a inflação para este ano é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O resultado vem após o IBGE divulgar que o IPCA-15 –a “prévia” da inflação oficial– de setembro veio acima do esperado pelo mercado, marcando o fim do período de queda dos preços dos alimentos, em deflação nos últimos meses. O índice, prévia da inflação oficial do país, subiu 0,39% em setembro, mais do que a variação em agosto (0,14%). A taxa superou a previsão média de analistas, de 0,34%, apurada pela Bloomberg.
Para o índice acumulado no período de um ano, a expectativa do mercado apontava para 6,57%, mas o índice ficou acima: 6,62%.
No Focus, consta que a inflação esperada para setembro será de 0,42%, em vez de 0,40% como contemplado anteriormente.
Para 2015, a previsão para a alta do IPCA foi alterada de 6,29% para 6,28%.
No caso do desempenho da produção industrial, a estimativa para este ano saiu de queda de 1,98% para recuo de 1,94%. Em relação a 2015, a previsão partiu de aumento de 1,50% para 1,60%.
Fonte: Folha