Após quatro pregões consecutivos de queda, o dólar ontem passou por uma correção e fechou em alta em relação ao real, acompanhando o movimento no exterior. Sondagens paralelas relacionadas à corrida presidencial no segundo turno também influenciaram os preços dos ativos no mercado local, um pouco antes da divulgação das pesquisas eleitorais do Ibope e Datafolha.
O dólar comercial subiu 0,49%, encerrando a R$ 2,3963.
Lá fora, o dólar subiu em relação às principais divisas. Houve uma correção após a queda de quarta-feira em reação à ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central dos Estados Unidos, que veio com um tom mais moderado que o esperado.
O dado de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, divulgado ontem, também ajudou a sustentar esse movimento. Os novos pedidos de seguro-desemprego recuaram para 287 mil na semana encerrada em 4 de outubro, uma queda maior que a esperada pelos analistas, que previam um recuo para 292 mil.
Ontem, o vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Stanley Fischer, destacou a preocupação da autoridade monetária americana com o impacto da valorização do dólar sobre a atividade econômica nos EUA. “Precisamos levar em conta o impacto de fatores que afetam a demanda agregada”, afirmou.
Fischer destacou que os mercados estão “mais ou menos certos” sobre o rumo da política monetária e a previsão para alta da taxa de juros em meados de 2015, mas ressaltou que a decisão dependerá dos dados econômicos e pode se dar entre dois meses e um ano após o término do programa de estímulos monetários, previsto para acabar este mês.
No mercado interno, os investidores seguem atentos às pesquisas eleitorais, apostando em migração de parte dos 22,2 milhões de votos recebidos por Marina Silva, candidata do PSB derrotada no primeiro turno para eleição presidencial, seja direcionada para o candidato tucano. Aécio é visto com perfil mais pró-mercado e capaz de realizar as reformas necessárias para ajustar a política econômica.
A despeito da volatilidade provocada pelo cenário eleitoral, o Banco Central tem mantido as atuações programadas no mercado de câmbio. Tem prosseguido com as rolagens dos contratos de swap cambial a vencer e com o programa de intervenção.
Fonte: Valor Econômico