Por Denise Neumann, Arícia Martins e Juliana Elias
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira que o governo não pode prometer soluções rápidas e fáceis e “dizer que está tudo bem”.
“Mas em termos de estratégias, estamos procurando atacar com muito cuidado algumas coisas que são cruciais. Para isso, será necessário ter apoio do setor privado no Congresso. É muito importante termos uma agenda suprapartidária”, comentou Levy, ao responder perguntas de empresários sobre medidas do governo como desonerações tributárias e programas voltados à exportação. O ministro participa de evento promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo
Segundo Levy, a política monetária já está mudando na China e, daqui a pouco, vai mudar nos Estados Unidos também. Por isso, disse, o Brasil também precisa mudar, e o governo está tentando fazer parte dessa mudança mundial com estabilização fiscal. “Não podemos ter a dívida crescendo e acúmulo de déficit. Esse é o ponto número um”.
Paralelamente à consolidação fiscal, o ministro avalia que o país precisa ter uma agenda de crescimento, com diálogo, que ataque os pontos “cruciais e difíceis”.
“A questão do PIS e do Cofins não são coisas fáceis, e ajustando essas coisas, nós temos que ser competitivos globalmente, inseridos em cadeias de valor, e tomarmos ações necessárias aumentando a produtividade de empresas e trabalhadores”, disse.
De acordo com o ministro, a estratégia do governo é simplificar e reduzir programas pontuais que “dão conforto, mas não estão resolvendo nada” e, ao mesmo tempo, passar a uma agenda de “certo risco”, mas necessária para retomar o crescimento.
“Temos que ter envolvimento e aproveitar a oportunidade, como a agenda do PIS/Cofins. Esse tipo de coisa que vai fazer a diferença no médio e no longo prazo”, disse Levy, dando entender que programas anticíclios têm prazo de validade.
Fonte: Valor Econômico