Sintomas de recessão têm piora geral; nova alta de tributos agrava quadro



POR DINHEIRO PÚBLICO & CIA

27/02/15 11:31


Todos os principais indicadores de uma recessão econômica mostraram piora no país entre o final do ano passado e este mês.

Ainda que seja cedo para um diagnóstico definitivo, os sintomas mostram uma convergência inédita no governo Dima Rousseff.

O dado mais recente foi o aumento do desemprego -até então, o mercado de trabalho vinha resistindo aos efeitos da deterioração da economia dos últimos meses. O quadro ainda tende a se agravar com a alta da tributação das folhas de pagamento das empresas, promovida nesta sexta (27).

Com isso, formou-se um cenário de retração geral: a indústria, em crise desde 2011, fechou o ano passado com nova baixa da produção; as vendas no comércio tiveram queda recorde em dezembro.

De lá para cá, o pessimismo se acentuou, e a confiança apurada em pesquisas com consumidores, varejistas e empresários do setor de serviços caiu ao menor patamar dos últimos anos. Veja no infográfico abaixo.

Recessão, diz a teoria, é uma queda prolongada e generalizada da atividade econômica. Na prática, sua identificação nem sempre é consensual.

Em uma convenção adotada internacionalmente, uma recessão é sinalizada por duas quedas trimestrais consecutivas do PIB (Produto Interno Bruto, medida da produção nacional).

Não se trata, porém, de uma lei. No ano passado, por exemplo, o PIB brasileiro encolheu no segundo e no terceiro trimestre, mas a recessão não ficou inteiramente caracterizada.

Naquele período, a queda do produto não chegou a ser expressiva nem generalizada, e o emprego se manteve em alta.

O panorama atual é outro. Com a reviravolta da política econômica após a reeleição de Dilma, torna-se cada vez mais consensual entre analistas a expectativa de uma recessão mais evidente -e ela pode já ter começado.

Em elevação desde 2013, os juros do Banco Central terão de subir ainda mais para conter o consumo e a inflação, agravada pelo tarifaço nas contas de luz.

Sob penúria orçamentária, o governo eleva tributos e atrasa gastos com custeio e obras públicas, o que reduzirá ainda mais os investimentos necessários para a ampliação da capacidade produtiva do país.

Ainda há pela frente a crise da Petrobras, a greve dos caminhoneiros e a escassez de água e energia elétrica.

Tudo somado, calcula-se no mercado que o PIB deste ano encolherá mais que o 0,3% de 2009, ano da última recessão brasileira.

Fonte: Folha


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