O presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan ), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, criticou a decisão do governo de conceder, via bancos públicos, juros diferenciados para alguns setores. Para ele, é preciso estabelecer “regras claras e permanentes” para que o País ganhe condições de sair da crise e voltar a crescer. “Precisamos de regras claras e permanentes e, principalmente, sinais sempre consistentes do poder público na direção dessas regras claras”, disse Vieira durante apresentação no 34º Encontro Nacional de Comércio Exterior, no Rio de Janeiro.
“Há notícias que, no nosso entender, não estão exatamente na direção das regras claras e permanentes. Para voltarmos a uma inflação razoável e civilizada, a saída, não existe outra, é frear a economia. Agora, quando vemos a declaração de que determinados setores vão ter juros diferentes, isso é espantoso”, disse. A Caixa Econômica Federal anunciou a liberação de cerca de R$ 5 bilhões até o fim do ano sob “condições especiais” para o setor automotivo. O Banco do Brasil, outros R$ 3,1 bilhões.
O trato envolve financiamento mais barato em troca da manutenção dos empregos. A expectativa é que outros segmentos devem ser incluídos no rol de beneficiados. “Não é por aí, obviamente que os agentes econômicos não entendem. O Executivo reage muito com a opinião pública. Estamos numa crise, é preciso ter calma, nós estamos juntos com os políticos, para chorarmos juntos, mas também estamos juntos para comemorar o futuro de sucesso do Brasil que tenho certeza que ele tem.”
Fonte: O Estado de S. Paulo