Por Lucas Marchesini BRASÍLIA
A indústria brasileira aumentou sua ociosidade a maior em 12 anos e meio , reduziu o número de empregados e viu uma pequena queda de faturamento em julho. Os dados, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), hoje, mostram também um forte ajuste nos salários pagos pelo setor. “Todos os indicadores caíram entre junho e julho, o que reforça o quadro recessivo da indústria”, destacou em nota. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria caiu 0,9 ponto percentual entre junho e julho, com ajuste sazonal, ficando em 78,6%.
Esse é o menor nível do indicador na série histórica, iniciada em janeiro de 2003. O indicador era de 79,5% em junho e estava em 81,5% em julho de 2014. Sem ajuste, o índice de julho ficou em 78,7%. As horas trabalhadas seguiram a mesma trajetória, com queda ante junho e frente ao mesmo mês de 2014.
Esse indicador, na série dessazonalizada, recuou 2,3% frente a junho e caiu 10,9% ante o sétimo mês de 2014. O nível de emprego, por sua vez, cedeu 0,8% entre junho e julho. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o indicador diminuiu 6,3%. Já o faturamento real do setor em julho declinou 0,2% em julho.
Na comparação com julho de 2014, houve baixa de 6,7%. Os indicadores de renda na indústria também diminuíram em julho. A massa salarial real teve decréscimo de 2,5% entre junho e julho e cedeu 7,4% ante o mesmo mês de 2014. O rendimento médio real, por sua vez, diminuiu 1,6% entre o sexto e sétimo mês deste ano e caiu 1,2% entre os meses de julho de 2014 e 2015.
Ambos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). (Lucas Marchesini | Valor)
Fonte: Valor