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Por Edna Simão, Eduardo Campos e Daniel Rittner | Valor
Dra Lucilene Prado enviou
BRASÍLIA – O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, fez um duro discurso contra o Estado e chegou a ser bastante aplaudido quando criticou a volta da CPMF para financiar os gastos da Previdência Social.
“Rejeitamos as constantes propostas de criação de impostos e de aumento dos já existentes. Não aceitamos de maneira alguma a ressurreição da CPMF”, disse Andrade aos empresários presentes na da abertura da 10ª Edição do Encontro Nacional da Indústria (ENAI). O tema do encontro é “Brasil: Ajuste e Correção de Rota para uma indústria mais competitiva”.
Para Andrade, o setor produtivo está sobrecarregado de impostos, “não aceita Estado caro complexo e ineficiente. Pela a via do aumento de carga tributária só piora a recessão”.
O presidente da CNI destacou a importância do ajuste fiscal para a retomada do crescimento da economia e frisou que a crise é grave e que é preciso de consenso para sair dela. “Não podemos assistir como meros espectadores a deterioração do país. Precisamos evitar que a crise se aprofunde. É fundamental Brasil tenha agenda mínima para enfrentar dificuldades de governabilidade”, afirmou Braga, que também pediu redução dos gastos públicos.
Para Andrade, todos os diagnósticos dos problemas estão à mão, mas é necessária ação e de construção de consensos para promover mudanças. “A travessia exige rumo e comprometimento nas reformas. Não podemos deixar que o imobilismo tome conta do Brasil”, destacou.
Segundo o presidente da CNI, o país deve ter uma retração de 3% neste ano, o que será o “pior resultado desde o confisco de ativos financeiros em 1990”. “O Brasil é maior que qualquer crise. É importante perspectiva mais ampla sobre atual situação que é grave mesmo.”
Andrade destacou ainda que um dos objetivos do Enai é apresentar propostas e sugestões para mudar o país e pediu para que os industriais pressionem os parlamentares para que medidas que melhoram o ambiente de negócios sejam aprovadas. “Somos um grupo muito grande e importante de empreendedores que luta para produzir investir e fazer o Brasil crescer. Isso se faz com ação sobre os representantes do Congresso, pressionando deputados e senadores para criar esse ambiente favorável ao crescimento”.
Em vídeo apresentado na abertura do encontro, a CNI aponta que o ajuste fiscal estrutural é indispensável para pavimentar a saída da crise, mas que também são necessárias medidas que melhorem o ambiente de negócios e a capacidade de competição do setor.
A entidade nota que a redução da burocracia e a regulação onerosa são necessárias para um clima favorável ao crescimento, assim como a integração ao mercado internacional para a expansão da indústria.
O vídeo também mostra que os desafios vividos hoje são complexos e exigem novas respostas, com foco na ação política em favor de uma moderna economia de mercado já que essa é a forma de inserir o Brasil no mundo e garantir o futuro da indústria.
Fonte: Valor Econômico[:]