Segunda edição do evento trouxe os desafios reais do setor para serem discutidos pelos principais players em busca de soluções colaborativas
Aconteceu em 8 e 9 de maio, em São Paulo, o 2º Congresso de Inovação da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Nesse ano, as apresentações e atividades giraram em torno da temática “Pesquisa e Desenvolvimento 4.0”, que trouxe aos participantes uma visão ampla de como as mudanças que vêm acontecendo no mundo impactam no setor e de que forma a indústria precisa enxergar para acompanhar uma sociedade cada dia mais conectada e exigente. O evento é uma realização do ITEHPEC, área de inovação e tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
João Carlos Basilio, presidente-executivo da Associação, destacou a importância de se falar em inovação em um cenário em que 30% do faturamento do setor a cada dois anos corresponde a lançamentos. “A nossa indústria tem por natureza a característica de ser muito dinâmica. Se fizermos uma projeção, em cinco anos o portfólio das empresas se renova quase totalmente e isso impulsiona as vendas dos nossos produtos, tanto pela curiosidade das pessoas quanto em acompanhar e provocar novas tendências. ”
Estiveram reunidos os principais influenciadores e atores da Indústria de HPPC no Brasil. “Um dos grandes pilares do Congresso é a nova realidade da Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da indústria 4.0 na era digital, que traz à tona questões como a automação, velocidade, aceleração dos processos de desenvolvimento e um novo patamar da competitividade”, ressaltou Carlos Praes, Presidente do Conselho Científico-Tecnológico do ITEHPEC.
“O Congresso foi pensado para impulsionar o crescimento e competitividade da empresa e está pautado na Indústria 4.0 e nas inovações que estão transformando o mercado. Precisamos pensar e desenvolver novos produtos considerando esse novo conceito de indústria, internalizar as mudanças e aprender a utilizá-las para aprimorar os processos dentro da companhia. A nossa intenção é uma grande provocação para que as pessoas saiam pensando diferente e consigam mudar a maneira de olhar para enxergar novas possibilidades”, explicou Marina Kobayashi, gerente de inovação ITEHPEC-ABIHPEC.
Entre os destaques abordados no evento, estão as tendências mais latentes do mercado identificadas pelos palestrantes. Alguns exemplos de produtos para os fabricantes ficarem de olho são aqueles que utilizam menos água, componentes antipoluição e a customização de produtos. Esse último deve ser pensado em relação a cores e ingredientes que atendam a necessidade específica de cada consumidor.
Outro assunto constante foi a importância de as empresas consolidarem dados sobre seus consumidores, registrando seus padrões de consumo, e como o BIG DATA pode influenciar toda a indústria de HPPC. A ideia consiste em entender melhor o consumidor através do seu comportamento, o que ele pesquisa, o que ele acessa, onde ele está e o que ele compra. “As empresas inovadoras são conduzidas por dados. Esses dados estão sempre querendo te dizer algo que você não está enxergando”, alertou uma das palestrantes do evento, Regina Cantele, coordenadora de MBA da FIAP.
Desafios ITEHPEC
Em paralelo às conferências que aconteceram durante todo o Congresso, a grande novidade dessa edição foi um espaço dedicado aos Desafios ITEHPEC. Nele estiveram imersos durante os dois dias representantes dos principais players da cadeia de valor e pesquisadores de Institutos de Pesquisa em busca de soluções inovadoras para três grandes desafios da indústria: mudança de processos para reduzir o tempo e o custo de prototipagem, alternativas inovadoras para o uso continuado de embalagens e soluções para customização em massa para cosméticos. O objetivo é que as melhores soluções sejam encaminhadas como projetos cooperativos e implantadas pela indústria.
Divididos em grupos, os profissionais foram conduzidos pelo especialista de desenvolvimento industrial do SENAI, Luis Gustavo Delmont, e puderam experimentar a inovação na prática, além de deixar de lado a concorrência para discutir possibilidades colaborativas. “Hoje se fala muito em promover a experimentação na prática e reunimos especialistas e pesquisadores para vivenciar o processo de inovação de forma colaborativa. A cooperação entre os players tende a ser uma grande evolução no processo de inovação das companhias. Com os DESAFIOS ITEHPEC, queremos estabelecer projetos cooperativos, além de trazer a parceria da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e SENAI/CNI para apoiar e fomentar os projetos”, ressalta Marina.
Ao final do Congresso, todos os participantes colaboraram com as ideias que surgiram e votaram na melhor solução apresentada. A equipe vencedora apresentou uma plataforma integrada e automatizada que reduzisse o tempo e o custo dos testes de desenvolvimento de produtos. Essa plataforma seria uma base de dados para a indústria de HPPC e reuniria informações sobre testes já realizados pela indústria, academia e institutos de pesquisa. Na prática, o pesquisador da empresa que está desenvolvendo um novo produto colocaria a formulação nesse sistema e receberia uma resposta de risco associado de estabilidade e de segurança do consumidor. Os seis membros desse grupo foram premiados com bolsas de estudo para o Programa ITEHPEC de Capacitação 2018.