As empresas fabricantes de papel higiênico têm sofrido uma grande pressão nos custos de produção. A celulose, principal matéria-prima do produto, teve o seu preço aumentado repetidas vezes nos últimos 18 meses. Além disso, o insumo é comercializado em dólar, que tem registrado variações, uma consequência das oscilações da economia.
Ao longo de todo o ano passado, a variação na cotação da celulose foi de 49% e no dólar de 3%. Já o acumulado dos últimos 18 meses foi de 57% para a celulose e 17% para o dólar. A pressão resultante é de um aumento médio de custo de 84%.
Para comparação, a variação de preços dos papeis higiênicos nos últimos 18 meses foram muito menores: 2,61% pela FIPE e 1,07% segundo indicador do IPCA.
Apesar dos aumentos totalizarem juntos uma alta de 84% nos custos de produção, as empresas vêm absorvendo essa escalada. Dada a alta concorrência do mercado, até o momento não foi repassada totalmente a variação para o preço final do papel higiênico, considerando, inclusive, que esse produto compõe a cesta básica do consumidor. Mas a recente disparada do dólar está piorando os cenários e tornando a situação insustentável.
Para João Carlos Basilio, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a situação é ainda mais delicada por envolver o acesso de um item tão importante para a população, em especial as com menor poder aquisitivo. “Todos produtos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos são essenciais. Eles previnem doenças, proporcionam bem-estar, fortalecem a autoestima e promovem inserção social. O papel higiênico, em especial, é um produto que faz parte da cesta básica do consumidor. É fato que o preço é um fator extremamente relevante no acesso aos produtos”, pondera.
A Associação representa todo o setor, incluindo a categoria de tissue, que compreende os produtos papel higiênico, lenços, guardanapos e toalhas de papel.