Crescimento da receita no ambiente online foi de 12% sobre o mesmo período do ano anterior; maior sortimento de produtos e amadurecimento da cultura virtual no Brasil sustentam avanço
Depois de crescer 12%, faturando cerca de R$ 26,4 bilhões só no primeiro semestre de 2019 sobre o ano anterior, o e-commerce brasileiro agora já trabalha com a entrada cada vez maior de novos consumidores. O grande sortimento de produtos e as entregas expressas estão ajudando a impulsionar o crescimento, de forma mais homogênea, por todo o território nacional.
“Podemos verificar um crescimento importante na abrangência de categorias dentro das operações online nos últimos anos. Por exemplo, nada impede um e-commerce de roupas começar a vender vinhos também. A partir do momento que faz sentido para o seu consumidor aquela proposta, as iniciativas são válidas”, argumentou a diretora comercial da empresa de análises de dados Ebit/Nielsen, Ana Helena Szasz, destacando que houve a entrada de 5,3 milhões de novos consumidores fizeram a primeira compra na internet no primeiro semestre de 2019.
Conforme levantamento da empresa, houve aumento de 7% no número de consumidores na comparação interanual – chegando a um total de 29,4 milhões de usuários. Desse montante, cerca de 18% realizou a compra pela primeira vez na vida no primeiro semestre deste ano.
Para Ana Helena, esse cenário indica um maior amadurecimento por parte tanto dos consumidores brasileiros como também das redes de varejo na aposta dos canais online como ferramenta de negócio. “Nós acreditamos que esse cenário positivo tem mais a ver com uma migração e descoberta do universo virtual do que propriamente com questões macroeconômicas. Podemos ver isso com maior gama de produtos em segmentos e serviços de entretenimento, turismo, bens duráveis, bens não-duráveis e alimentos”, explicou a executiva.
De acordo com ela, outro ponto importante a ser mencionado nesse processo de amadurecimento do comércio eletrônico brasileiro é a realização de parcerias entre varejistas e empresas de logística. “A quantidade de serviços que surgem para ajudar esses negócios nas etapas de entrega dos produtos é algo cada vez mais frequente. Antes, havia a concepção de que o parceiro poderia ‘roubar’ o cliente. Mas, atualmente, essa ideia mudou e é importante o varejista pedir ajuda nesses processos logísticos”, afirmou ela.
Conforme os números divulgados pela Ebit/Nielsen, no âmbito geográfico, o comércio eletrônico também apresenta evolução e amadurecimento gradual. No primeiro semestre de 2019 sobre um ano antes, as regiões que registraram as maiores altas no volume de vendas foi o Norte (36%), Sul (29%), Sudeste (9%), Centro-Oeste (4%) e Nordeste (2%). Nesse sentido, o estudo aponta para uma ligeira descentralização desse mercado no Sudeste, que perdeu 1,6 ponto percentual na participação do faturamento do e-commerce nacional – chegando a 56,6%. A perspectiva de crescimento de faturamento até o final de 2019 ainda permanece em 21%, o equivalente a R$ 59,8 bilhões no período.
“Existia a concepção de que a atuação de plataformas online em regiões mais afastadas era inviável por conta da logística de entrega de produtos. Soluções regionais focadas nesse atendimento específico têm auxiliado no crescimento de outras regiões”, complementou ela, lembrando que 25% dos novos consumidores virtuais usaram o celular para realizar a primeira compra.
Nesse sentido, o levantamento releva que o avanço das compras virtuais feitas por meio de celulares saiu de 32%, no primeiro semestre de 2018, para 42% no mesmo período deste ano. Já em relação ao tíquete médio, houve incremento de 8 pontos percentuais – atingindo R$ 353 na mesma base de comparação.
Por fim, as redes sociais também mostram relevância no momento de decisão de compra dos usuários. Segundo a pesquisa, 80% dos usuários que optam por adquirir algum item na internet foram influenciados por plataformas de interação social. “Se voltarmos no tempo, o motivador de compra era comparar preço. O que muda aqui é a importância na ativação de campanhas dessas plataformas. No entanto, é fundamental que o varejista se programe para segmentar o público e atingir essas pessoas de forma correta, pois o efeito pode ser contrário a isso”, disse ela.
Fonte: DCI