Segundo a ABIHPEC, as datas promocionais de novembro e dezembro tem potencial de reforçar a trajetória positiva de recuperação do setor para o fechamento de 2020
De acordo com o Painel de Dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor de HPPC apresentou alta de 5,8% em faturamento (vendas ex-factory) no acumulado de janeiro a setembro de 2020, quando comparado com o mesmo período em 2019. Perfumaria e Tissue foram os segmentos que tiveram melhor desempenho no período, com altas de 10,3% e 16,5% respectivamente.
O segmento de Higiene Pessoal acumulou um crescimento de 4,3% e o de cosméticos, manteve-se estável no consolidado, com crescimento de 0,1%.
“Em tempos de pandemia, os resultados de performance da indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos vem se consolidando com equilíbrio e coerência, de forma mais positiva do que prevíamos no início da crise. Para atingirmos esses resultados, foi fundamental para o nosso setor termos sido considerados essenciais para o país, inclusive pelo governo, desde o início da pandemia, situação diferente daquela enfrentada pela indústria de HPPC em outros países, como EUA e União Europeia”, diz João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC.
O reforço dos hábitos de higiene pessoal da população, ao longo dos últimos meses, com foco na mitigação dos riscos de contágio pelo coronavírus, impulsionou o consumo de alguns itens de HPPC, reunidos no que chamamos de “cesta COVID-19 de consumo” (composta por álcool em gel, sabonetes – líquidos e em barras -, papel higiênico, lenços de papel descartáveis e toalhas de papel multiuso). A cesta COVID-19 obteve um crescimento de 16,7% no acumulado de janeiro a setembro de 2020, em comparação ao mesmo período do ano anterior, em valor de vendas (ex-factory) e, nesse contexto, o álcool em gel teve um crescimento de vendas de 1.169,1%.
Ainda como reflexo do reforço dos hábitos de higiene pessoal, nesse segmento, se destaca o desempenho de produtos voltados aos cuidados com os cabelos, como: shampoos, condicionadores e produtos para tratamento capilar, que apresentaram crescimentos de 8,2%, 20,6% e 10%, respectivamente (no acumulado de janeiro a setembro 2020X 2019, em vendas ex-factory).
Além disso, por conta do aumento da frequência de lavagens das mãos e do uso de álcool em gel, cresceu o consumo de hidratantes para as mãos. A categoria cresceu 169,1%, de janeiro a setembro de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior (em vendas ex-factory).
Os hábitos relacionados ao autocuidado e a promoção do bem-estar, também merecem destaque. Produtos para cuidados com a pele do corpo, como esfoliantes, registraram alta de 161,7%, consequência do comportamento dos brasileiros, de utilização do banho como um momento de relaxamento.
Já a categoria de produtos de cuidados com a pele do rosto apresentou crescimento de 28,7%. O destaque fica para as máscaras de tratamento faciais, que tiveram uma alta acumulada de 101,4%.
De acordo com Basilio, outra consequência da pandemia que merece atenção, foi a aceleração exponencial da digitalização das relações de consumo e, nesse aspecto, as empresas do setor foram extremamente ágeis em se ajustar à essa nova forma de interagir. No setor, observamos não só a digitalização das relações com o consumidor, mas também, com o ecossistema no qual estamos inseridos, envolvendo os outros elos dessa cadeia de valor.
“Acreditamos que datas promocionais como a última sexta de novembro e o Natal, certamente seguirão impulsionando as vendas nos próximos meses, especialmente no segmento de perfumaria e, as plataformas digitais de interação com o consumidor, são extremamente estratégicas para transformar em realidade tais expectativas”, afirma.
Diante de todos os números e informações apuradas pela ABIHPEC ao longo do dos últimos meses, a entidade acredita que o setor tem potencial para fechar 2020 com um crescimento nominal consolidado, de cerca de 6%. Esse cenário existe pelos bons resultados atingidos principalmente desde o mês de maio até setembro, que foram mais aquecidos em termos de performance, do que os meses iniciais do período de pandemia, março e abril.
No entanto, não há como deixar a cautela de lado. “Com a redução dos valores do auxílio emergencial, a alta tributação sobre o setor e o aumento da taxa de desemprego no País, este cenário se torna ainda mais desafiador e poderá impactar diretamente os níveis de consumo do brasileiro”, finaliza João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC.