Mais de 30% dos brasileiros conseguiram poupar mais dinheiro durante a pandemia, segundo a CNI

Quase um terço da população (32%) conseguiu guardar mais dinheiro ou gastar menos do que antes da pandemia, apesar da crise. Segundo o levantamento Retratos da Sociedade Brasileira, produzido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), o percentual é maior entre os homens: 36%, ante 29% das mulheres. Os mais jovens conseguiram poupar mais: 44% dos entrevistados com idades entre 16 a 24 anos afirmaram que conseguiram guardar mais dinheiro ou gastar menos do que antes da pandemia, diante dos 23% que têm 55 anos ou mais.

Entre os que afirmaram que conseguiram guardar mais dinheiro ou gastar menos na comparação com o período anterior à pandemia, para 56% o principal motivo está associado aos riscos e incertezas trazidos pela pandemia: “Não sabe quando as coisas voltarão ao normal”; “Reduziu gastos por precaução”; “Tem medo de perder sua renda”; ou “Tem medo de perder seu emprego”.

Outros 42% afirmaram que não tiveram como gastar por conta da quarentena/ isolamento social. Esse percentual cresce de acordo com a renda e escolaridade do entrevistado, alcançando 57% entre aqueles com renda familiar superior a cinco salários mínimos e 48% daqueles que tem ensino superior.

Diante de um cenário de incertezas, praticamente seis em cada 10 brasileiros (59%) pretendem poupar mais em 2021 do que poupava antes da pandemia. São 28% que não guardavam dinheiro antes da pandemia, mas passarão a guardar, 16% que já poupavam e pretendem poupar muito mais e 15% que poupavam antes da pandemia e pretendem poupar um pouco mais. Quase um quarto da população (24%) não guardava dinheiro antes da pandemia e continuará sem guardar.

Considerando a população que pretende poupar mais (ou iniciar poupança em 2021), a principal razão para guardar mais dinheiro, apontada por 54% dos entrevistados, é a vontade de ter recursos para usar em uma emergência. Em seguida, com apenas 8%, a vontade de pagar a educação dos filhos.

Considerando a parcela da população que pretende guardar menos dinheiro do que poupava antes da pandemia (ou que continuará sem guardar dinheiro), 50% afirmam não ter dinheiro suficiente para guardar, 14% afirmam que precisam pagar dívidas e 13% afirmaram não pretendem poupar porque tiveram queda em seus rendimentos.

O percentual que afirma não ter dinheiro para poupar é maior entre as mulheres (54%) que entre os homens. Esse percentual aumenta de acordo com a idade (de 29% entre os mais novos, de 16 a 24 anos, alcançando 55% entre os de 55 anos ou mais).

Além disso, a proporção que afirma não ter dinheiro para poupar se reduz de acordo com a faixa de renda familiar (de 54%, entre os de renda familiar até um salário mínimo, para 29%, entre os de renda superior a cinco salários) e também se reduz de acordo com o grau de instrução (de 60%, entre os que cursaram até a 4ª série do fundamental, em contraste com 32% entre os que cursaram ensino superior).

Algumas das mudanças no consumo de bens tendem a se estender para 2021, sugere a pesquisa. Os três produtos com os maiores percentuais da população afirmando que houve alta do consumo são também os três produtos com os maiores percentuais da população com intenção de aumentar o consumo no próximo ano.

Quase um terço (32%) dos entrevistados pretendem continuar a comprar mais alimentos no supermercado, 30% pretendem manter o consumo de produtos de limpeza e 29%, o consumo de produtos de higiene pessoal.

Roupas, bolsas, acessórios e calçados, produtos para os quais maior parte da população afirmou que reduziu o consumo durante a pandemia, deve registrar uma retomada em 2021. Um em cada quatro entrevistados diz que comprará mais esse tipo de produto no próximo ano.

O percentual fica em quarto no ranking de perspectivas de consumo para os próximos 12 meses, perdendo apenas para produtos de primeira necessidade como alimentos no supermercado (32%), produtos de limpeza (30%) e produtos de higiene pessoal (29%).

O estudo também traça um panorama do auxílio emergencial. Dos entrevistados, 42% se cadastraram e conseguiram receber o auxílio emergencial do governo federal, enquanto 11% fizeram o cadastro, mas não receberam o auxílio.

Outros 17% afirmaram que não se cadastraram porque não precisavam do auxílio e 30% porque não se encaixavam nas condições exigidas. Entre as pessoas que receberam o dinheiro, 17% afirmaram que sua renda aumentou ou aumentou muito no período.

A maior parte da população usou o auxílio emergencial para comprar alimentos, roupas, produtos de higiene, limpeza ou algum outro tipo de bem de consumo, assinalado por praticamente metade dos entrevistados (49%). Outros 30% pagaram contas de água, energia elétrica ou gás. Já 18% afirmaram que usaram o dinheiro para pagar dívidas. Apenas 2% guardaram o dinheiro do auxílio.

A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira é feita a partir de 2 mil entrevistas realizadas pelo Ibope Inteligência em 127 municípios no período 17 a 20 de setembro de 2020.

Fonte: Finanças Yahoo! 

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