Entre janeiro e junho, as exportações somaram US$ 381,2 milhões, alta de 14,6% na relação anual, e as importações somaram US$ 348,9 milhões, queda de 4,8%, resultado em superávit de US$ 32,3 milhões
Pela primeira vez desde 2010, a balança comercial do setor de beleza e higiene pessoal encerrou o primeiro semestre com superávit, que totalizou US$ 32,3 milhões.
No período de janeiro a junho, as exportações do setor somaram US$ 381,2 milhões, crescimento de 14,6% em relação ao mesmo período de 2021. Em importações, o resultado total foi de US$ 348,9 milhões, com uma redução de 4,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo período de 2021, a balança comercial do setor teve déficit de US$ 33,9 milhões. Os números foram compilados pela Abihpec, associação da indústria de higiene pessoal e cosméticos.
De acordo com João Carlos Basilio, presidente-executivo da Abihpec, o conjunto de fatores macroeconômicos tem favorecido as exportações, com destaque para o câmbio, que tem tornado o produto brasileiro mais competitivo.
“Há um otimismo quanto ao restante do ano. Todas as feiras que estamos participando já estão lotadas, não tem mais espaço para novas empresas entrarem. A delegação da feira de Dubai, por exemplo, vai ser a maior que já tivemos”, diz em entrevista ao Valor.
Os resultados positivos do semestre são puxados principalmente pelos produtos de cabelos, com US$ 17,3 milhões, sabonetes, com US$ 11,9 milhões e Produtos de Higiene Oral – US$ 8,4 milhões.
A corrente de comércio do primeiro semestre alcançou US$ 730,1 milhões, representando aumento de 4,4%, versus o mesmo intervalo de 2021, quando totalizou US$ 699,3 milhões. A expectativa, diz Basilio, é de que a corrente de comércio some US$ 1,5 bilhão ao fim deste ano. A corrente de comércio é a somatória de exportações e importações.
Superávit
Embora esse seja o primeiro superávit para a primeira metade do ano desde 2010, o setor tem conseguido tornar positiva a balança comercial anual desde 2020. No primeiro ano da pandemia, o superávit foi de US$ 23,4 milhões. No ano seguinte, em 2021, de US$ 11,6 milhões.
Atualmente, o setor exporta para 173 países, com a Argentina no primeiro lugar como destino, embora esteja perdendo relevância para outros mercados. Basilio cita, por exemplo, o crescimento de 44% observado nas vendas para Colômbia. Ainda na América Latina, principal região de comércio para a indústria de beleza brasileira, México cresceu 8,5% e Peru, 8,2%. Outros mercados que cresceram foram Estados Unidos, com 43%, Portugal, com 77% e Emirados Árabes, com 62%.
Além da expansão das exportações, as importações têm perdido representatividade nas vendas totais do mercado interno, segundo Basilio. Em 2021, representaram por 6,3% das vendas ex-factory do setor no país.
Basilio, no entanto, pondera que ainda há fatores que limitam a expansão dos negócios. “Ainda sofremos o impacto dos fretes internacionais e a falta de disponibilidade de contêineres. Continuamos com dificuldades de rotas, que não voltam com a mesma assiduidade”, diz, embora diga observar uma recuperação, “ainda que lenta”.
Fonte: Valor Econômico