Aliado contra o câncer de pele, protetor solar ganha destaque entre pesquisadores e fabricantes da indústria de HPPC
Tema foi abordado na 7ª edição de Webinar Internacional sobre Fotoproteção, encontro tradicional realizado pela área de Inovação e Tecnologia da ABIHPEC
A Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), por meio da sua área de Inovação e Tecnologia, promoveu nos dias 10, 11 e 12 de maio, a 7ª edição do Webinar Internacional INOVAÇÃO ABIHPEC de Fotoproteção. Especialistas do Brasil e do mundo foram convidados a se debruçar sobre o tema “Proteção Solar: Atualização Global em Eficácia, Segurança e Aspectos Ambientais”, com a coordenação técnica de Sérgio Luiz de Oliveira, executivo de P&D e membro do Conselho Científico-tecnológico da ABIHPEC.
Na abertura da edição, o presidente-executivo da entidade, João Carlos Basilio, ressaltou o trabalho da indústria de HPPC em educar a população acerca da importância da proteção solar, além do avanço em inovações no campo das fórmulas e metodologias de pesquisas. Atualmente, o Brasil é considerado o terceiro maior mercado consumidor de produtos de proteção solar do mundo, segundo dados da Euromonitor de 2022.
Estatísticas recentes do Instituto Nacional do Câncer – INCA – (intitulada “Estimativa 2020 -Incidência de Câncer no Brasil”) mostraram que o câncer de pele não-melanoma, infelizmente segue sendo o mais comum no país, com previsão de 177 mil novos casos para o biênio 2020-2022, de um total de 625 mil, ou seja, mais de 28% de todos os casos previstos.
O convidado internacional, Craig Sinclair, chefe de Prevenção na Divisão do Conselho de Câncer de Victoria, Austrália, falou dos esforços de prevenção do câncer que reduziram as taxas de incidência no país. Para trabalhar a conscientização e alcançar resultados positivos das pessoas em relação a hábitos de proteção solar, Sinclair destaca, dentre outras medidas, abordagens de política e educação desde a infância em escolas e creches, até intervenções em locais de trabalho e em ambientes abertos, como parques públicos e privados. Craig ainda destacou pesquisas científicas que alertam para a deficiência de protetores solares no formato spray, os quais entregam baixa concentração de produto na pele.
De acordo com Eduardo Ruvolo, chefe de Assuntos Clínicos e Científicos da Beiersdorf-EUA, a indústria tem observado e reportado sobre os efeitos danosos da exposição ao UVA 1 Longo e a Luz Visível em diferentes fototipos (pele clara e escura). Ruvolo apresentou vários estudos in vitro e in vivo que confirmam o efeito danoso na pele de tais radiações, causando eritema, inflamação e escurecimento da pele. Destacou ainda, que com uma formulação adequada, pode-se combinar filtros solares orgânicos e inorgânicos com cinco diferentes antioxidantes e alcançar proteção contra os raios UVA 1 longo e luz visível.
Para Maria Carolina Semprini, gerente Sênior Regional de P&D da Kenvue do Brasil (grupo Johnson & Johnson), os produtos de proteção solar fazem parte de uma categoria desafiadora, que precisa estar à frente em termos de regulamentação e possuir fórmulas seguras e eficácia comprovada. A especialista destacou que a inovação na área tem ampliado o olhar para diversidade de peles e novas moléculas para atender diferentes demandas de consumo.
Semprini também abordou que a proteção UVB, UVA e Visível pode ser alcançada com formulação adequada de filtros solares e que a utilização de antioxidantes é uma estratégia positiva para a entrega de um protetor solar de qualidade.
Sobre a determinação da efetividade da proteção solar de formulações cosméticas, Luciano Milanelo, gerente associado de Modelos e Métodos da Kenvue do Brasil (grupo Johnson & Johnson) e membro do Conselho Científico-tecnológico da ABIHPEC, afirmou que as metodologias estão evoluindo cada vez mais com o surgimento de testes alternativos, como o in vitro e in sílico. Milanelo destacou a existência de iniciativas globais sem precedentes, que investigam a qualidade de possíveis metodologias alternativas para a determinação do fator de proteção solar (FPS) de formulações.
O evento contou com a participação de Uli Osterwalder, suíço, consultor em proteção solar e presidente do grupo de trabalho para protetores solares da ISO, que abordou as características desejadas para os protetores solares do futuro, considerando os desafios que já são realidade hoje.
Osterwalder apresentou a evolução global de normas e padrões para protetores solares, a diferença de disponibilidade de filtros solares entre os EUA e a Europa, e a importância de oferecer produtos mais acessíveis em todo o globo.
A visão da dermatologia foi trazida pelo Dr. Sergio Schalka, sócio-diretor do grupo Medcin, que destacou a importância da proteção solar no dia a dia. Ele abordou a proteção à radiação UVA longo, apresentando estudos que comprovam essa necessidade. Schalka também falou do conceito de fotoproteção inclusiva, que avalia o risco e necessidades individuais das pessoas que possuem diferentes características de pele, desde mais claras a mais escuras, e ainda, considera diferentes efeitos ou patologias específicas que acometem indivíduos de diferentes fototipos. Sobre os efeitos da luz azul proveniente de telas digitais, o dermatologista mostrou estudos que comprovam que equipamentos eletrônicos não pioram atributos ligados à condição de melasma.
Marcelo de Paula Corrêa, professor titular e diretor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá, falou sobre a proteção solar diante das mudanças climáticas, da preservação do meio ambiente e como a indústria de HPPC deve se preparar. “Nesse último século, estamos observando mudanças climáticas nunca antes observadas. Caminhamos para cenários menos favoráveis, nos quais estamos analisando formas de mitigação e adaptação, que devem ser grandes ou muito altas, porque a conjuntura climática inclui o mau uso das políticas energéticas, e esse desenvolvimento econômico rápido gera problemas drásticos”.
Corrêa também abordou a questão da rotulagem dos produtos, e a demanda dos consumidores de que sejam cada vez mais detalhadas. “As mudanças de temperatura e de umidade vão afetar a forma de utilizar o produto solar, por isso, é muito importante que os fabricantes estejam muito atentos para conseguir adaptá-los”, alerta. Corrêa destacou ainda que as mudanças climáticas terão impacto direto na cadeia de fornecimento de insumos para a indústria de cosméticos, como embalagem e ingredientes, e que é imprescindível que a indústria de HPPC esteja preparada para criar soluções nesse novo cenário.
Dr. Pedro Amores da Silva, professor auxiliar da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora e Perito da INFARMED, nos domínios de produtos cosméticos e qualidade de medicamentos em Portugal, falou sobre avanços na regulamentação europeia e impactos na categoria de Protetores Solares. Silva explicou sobre a obrigatoriedade da empresa em ter um representante na comunidade europeia, bem como das responsabilidades do distribuidor que atua naquele bloco.. Ao abordar sobre a regulamentação de cosméticos, Silva apontou os requisitos exigidos pela UE e suas respectivas diretivas, que tratam de vários aspectos, tais como: segurança dos produtos, substâncias proibidas, filtros permitidos, validade dos produtos, etc. A necessidade de informações ao consumidor e as diretivas ao redor do tema, também foram destaque de Silva ao falar sobre rotulagem, alegações de benefícios (claims) e acesso público a informações do produto. Silva ainda tratou sobre campanhas de conscientização e informação ao consumidor sobre proteção solar.
Para finalizar os três dias de evento, Marcelli Alves, analista de Pesquisa Clínica e Instrumental da área de Pesquisa e Inovação da L’Oréal Brasil – Setor Evaluation Inteligence – abordou as “Estratégias de uma Fotoproteção mais Ampla”. A executiva explicou que o espectro dos raios ultravioleta (UV) se dividem em 95% UVA e 5% UVB e ambos têm impacto a curto e longo prazo.
“O UVB é a queimadura solar, o edema e a dor após a exposição desprotegida ou longa aos raios solares, que causam danos ao DNA das células da camada onde ele é mais absorvido. Mas, quando pensamos em UVA, não temos esse sinal de alerta, então, acabamos nos expondo todos os dias, mas a médio e longo prazo é que vamos ver os efeitos biológicos, clínicos e danosos na pele. Não ignorem nunca a proteção contra o UVA longo para todos os tons de pele, transversalmente”, esclarece Alves. Marcelli destacou ainda que a ampla proteção em todo o range UVA promove a redução da pigmentação da pele e do dano celular e estrutural da derme.
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