Entender a colonização microbiana da pele e as interações que ocorrem durante diferentes fases da vida ajuda a compreender as condições de saúde e apoiar no desenvolvimento de produtos
A microbiota cutânea desempenha um papel crucial na saúde e aparência da pele, influenciando diretamente na hidratação e oleosidade, entre outros aspectos. No setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), entender a complexidade e a biodiversidade da microbiota cutânea é essencial para o desenvolvimento de produtos personalizados. Bettina Gruber, pesquisadora especialista em cuidados faciais no Grupo Boticário, abordou esse tema detalhadamente no treinamento de biotecnologia promovido pela área de Inovação e Tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Biotecnologia, na segunda-feira (27).
Gruber explicou que a pele humana abriga uma enorme quantidade de bactérias, com 39 trilhões de células bacterianas, ultrapassando o número de células humanas, que são 30 trilhões. Em termos de quantidade de bactérias, a pele só perde para o intestino.
O tipo de parto, alimentação, puberdade, suor, sebosidade, pH da pele, higiene, exposição solar, obesidade, supressão hormonal, ambiente e estilo de vida, são fatores que afetam a composição e a diversidade da microbiota cutânea. A especialista destacou a importância de entender a colonização microbiana da pele e as interações que ocorrem durante diferentes fases da vida, fundamental para compreender as condições da pele, patogênese de doenças cutâneas e desenvolvimento de tratamentos inovadores e personalizados.
A palestra também abordou conceitos de ingredientes pré, pós e probióticos. Gruber explicou que prebióticos são substâncias que alimentam as bactérias benéficas da pele, probióticos são microrganismos vivos que conferem benefícios à saúde, e pós-bióticos são metabólitos ou compostos bioativos produzidos pela atividade dos probióticos que também promovem a saúde cutânea.
Ou seja, a produção de cosméticos a partir do conhecimento sobre a microbiota da pele visa estimular determinadas bactérias a beneficiarem a saúde da pele. Por exemplo, a Streptococcus thermophilus aumenta a produção de ceramidas, preservando a hidratação. Já a Nitrosomonas eutropha se alimenta da amônia do suor e produz moléculas com propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, reduzindo acne e irritação.
Os encontros virtuais do treinamento de biotecnologia se encerraram na segunda-feira, 03 de junho e o próximo encontro será presencial no dia 13 de junho, no Instituto Senai de Inovação em Biotecnologia. Para realizar a sua inscrição, acesse o Portal INOVAÇÃO ABIHPEC.
Sobre a ABIHPEC – A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) é uma entidade privada que tem como finalidade representar nacional e internacionalmente as indústrias do setor, instaladas em todo país e de todos os portes, promovendo e defendendo os seus legítimos interesses, por meio de ações e instrumentos que contribuam para o seu desenvolvimento, buscando fomentar a competitividade, a credibilidade, a ética e a evolução contínua de toda a cadeia produtiva.