O déficit comercial do Japão ficou acima do esperado em julho, com a aceleração da queda das exportações em consequência da crise europeia e da desaceleração do ritmo de crescimento econômico mundial, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Ministério de Finanças. O déficit comercial foi de 517,4 bilhões de ienes (US$ 6,53 bilhões) no mês passado, após o país ter registrado um superávit de 60,3 bilhões de ienes em junho. O resultado negativo correspondeu a quase o dobro da mediana das previsões de economistas ouvidos pela Dow Jones Newswires e pela Nikkei, que projetavam 275 bilhões de ienes – no mesmo do ano passado, o Japão havia registrado um superávit de 69,7 bilhões de ienes. Em julho, as exportações recuaram 8,1% ante o mesmo mês de 2011, para 5,313 trilhões de ienes, resultado abaixo a expectativa dos economistas, de declínio de 3,6% na mesma base de comparação. Foi o segundo mês consecutivo de queda das exportações, mais profunda do que a retração de 2,3% registrada em junho e a mais elevada desde o recuo de 9,2% registrado em janeiro. As importações, por outro lado, avançaram 2,1% em julho ante o mesmo mês de 2011, para 5,831 trilhões, a primeira expansão registrada nos últimos dois meses, devido ao aumento da demanda por gás natural. O aumento das compras, contudo, veio abaixo da previsão dos economistas, que antecipavam uma alta de 3,6%. Em junho, as importações haviam recuado 2,2%. O déficit comercial registrado em julho eleva a pressão sobre a economia japonesa, cujo dinamismo depende do ritmo das exportações. O PIB japonês desacelerou abruptamente no segundo trimestre deste ano, apesar dos investimentos do governo em obras de reconstrução após o tsunami de março de 2011, de forma que os economistas já projetam uma pequena contração da economia japonesa no terceiro trimestre de 2012. (