Nova proteção tarifária atinge 4% da importação

O governo ergueu uma forte barreira de proteção à indústria nacional ao elevar a alíquota de importação de cem produtos para até 25%. A medida é um complemento polêmico às ações positivas de redução da carga tributária e de custo de capital adotadas para melhorar a competitividade industrial. Os produtos escolhidos compuseram cerca de 4% das importações do país de janeiro a julho, que somaram US$ 4,8 bilhões em compras externas. O governo prevê nova lista com mais cem produtos em outubro.Os setores beneficiados avaliam que a medida é suficiente para conter a concorrência externa em seus pontos mais críticos e, em sua maioria, ficaram satisfeitos com a lista de produtos. Ela deixou de fora mais de 200 pedidos de associações industriais.No setor químico, as novas alíquotas atingirão produtos cujas compras, de janeiro a julho, atingiram US$ 1,1 bilhão, ou 5% do total importado pelo segmento, estima Denise Naranjo, diretora da Associação Brasileira da Indústria Química. Entre 33 pedidos, 19 itens foram contemplados.Marco Polo Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, prevê que o aumento da alíquota de importação do aço de 12% para 25% vai conter as importações ainda neste semestre. “A nova alíquota poderá estancar a grande leva de pedidos antecipados de importação por conta da entrada em vigor da resolução 72, a partir de janeiro de 2013, que vai por fim à guerra fiscal nos portos”, diz Lopes.Os seis produtos apontados pela Associação Brasileira do Alumínio foram contemplados pela ação do governo. Segundo Adjarma Azevedo, presidente da entidade, eles representaram 48% do volume total importado pelo setor em 2011.Em vários segmentos, o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) vai favorecer, além da indústria brasileira, as indústrias do Mercosul, em especial da Argentina, que são, para alguns produtos, o terceiro ou quarto fornecedores do país. Antes dos argentinos, na maioria dos casos, estão China e Estados Unidos.As ações PNA (17,96%) e ON (9,43%) da Usiminas foram destaque de valorização na bolsa. “Cerca de 60% dos produtos da empresa concorrem com importados”, explicou o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora. (Fonte: Valor Econômico)

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