A Finep e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinaram, ontem, um acordo para
estreitar relações e tornar as empresas exportadoras brasileiras mais inovadoras. A parceria vale tanto para empresas apoiadas pela Finep e que desejam começar a exportar, ou aquelas que já exportam, associadas à Apex, e que precisam melhorar sua base tecnológica.
“Não tem como montar fundos de tecnologia ou desenvolver empresas fortes em tecnologia sem abertura para o mundo. Por isso, a aliança com a Apex é importante. Ela tem nove escritórios fora do Brasil”, ressaltou o presidente da financiadora, Glauco Arbix.
O presidente da Apex, Mauricio Borges, concorda. “As empresas brasileiras não são competitivas no mercado internacional sem inovação. Cerca de 90% das empresas que a gente apoia têm necessidade ou já está desenvolvendo inovações e tecnologias. Então existe demanda para essa associação”, justificou.
Arbix lembrou ainda que a atuação da Apex no mercado internacional é importante para buscar fundos e empresas que se dispõem a investir no país, onde o venture capital e o capital semente são conceitos novos.
No acordo, ao qual o Valor teve acesso com exclusividade, a Finep será o braço financeiro e de inovação enquanto a Apex será o braço comercial.
“A parceria vai abrir perspectiva para que, nas áreas chaves definidas pelo governo, empresas comecem a exportar com alto conteúdo tecnológico. O segundo passo é o ingresso dessas empresas nas cadeias globais mais intensivas em conhecimento. Vamos estimular a ambição tecnológica das empresas”, disse o presidente da Finep.
De acordo com Arbix, entre os setores selecionados como prioritários pelo governo estão saúde, petróleo e gás, energia, materiais, biotecnologia e saúde.
Em 2013, a Finep emprestou R$ 6,4 bilhões a empresas. “Temos como meta para este ano, mesmo com todas as restrições fiscais do governo, atingir R$ 10 bilhões. Isso é um recorde histórico. Em 2010, por exemplo, nossos contratos de créditos foram de R$ 700 milhões”, disse Arbix.
Dos recursos não reembolsáveis – que incluem participações em fundos, recursos para universidades, centros de pesquisa, projetos cooperativos e fundos perdidos para empresas – R$ 2 bilhões foram desembolsados em 2013, patamar que deve se repetir este ano. Esse total, de aproximadamente R$ 12 bilhões, é o que a Finep tem em caixa para apoiar parcerias e iniciativas ligadas à inovação.
Fonte: Valor Econômico