POR DINHEIRO PÚBLICO & CIA
Enquanto os presidenciáveis debatem a necessidade de um “tarifaço” no próximo ano, as tarifas públicas e outros preços monitorados pelos governos já estão subindo acima da meta oficial de inflação.
Dados divulgados nesta sexta (5) mostram aceleração aguda desses preços, que o governo Dilma Rousseff represou para segurar a alta da inflação. Nos últimos 12 meses, a alta é de 5,07%, um salto em relação ao 1,54% de 2013.
O controle de preços como os da gasolina e da energia elétrica evitou que a inflação, acima da meta de 4,5% desde 2010, estourasse o teto de 6,5% no ano passado. Mas a administração petista já está sendo forçada a rever essa estratégia.
Depois de impor uma redução forçada das contas de luz no início do ano passado, o governo foi obrigado a permitir uma forte elevação neste ano, porque a escassez de chuvas comprometeu a geração da energia hidrelétrica e forçou o uso da termelétrica, mais cara.
Essas tarifas já subiram 13,58% nos últimos 12 meses, e a taxa só não é mais alta porque o Tesouro Nacional está gastando R$ 13 bilhões em subsídios neste ano para compensar as perdas das empresas do setor.
Outros preços monitorados acumulam altas acima da meta de inflação, caso de ônibus interestaduais, planos de saúde, jogos de azar, óleo diesel, táxi, correio, produtos farmacêuticos, gás veicular e de botijão.
A principal incógnita é como o governo atual e o futuro reajustarão o preço da gasolina, que tem grande impacto na inflação quando sobe e prejudica o caixa da Petrobras quando é represado -como hoje.
Os analistas de mercado esperam uma alta em torno de 5,05% nos preços monitorados neste ano, mas essa projeção tem subido nas últimas semanas. Para 2015, esperam-se 7%, mas o cálculo desconhece as intenções da próxima administração.
Fonte: dinheiropublico/folha