Anos 2000 – o mundo de olho no Brasil

5 décadas da indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos:

Este post integra a série sobre como a indústria de higiene pessoal, perfumaria e
cosméticos acompanhou as transformações do mundo nas últimas cinco décadas.

O início da década foi marcado por um evento trágico: o ataque terrorista que derrubou as torres gêmeas em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Em 2008, o estouro da bolha financeira iniciada nos Estados Unidos gera uma recessão em escala global. Por aqui, a estabilidade econômica e um ciclo de valorização internacional das commodities exportadas pelo País promovem crescimento e um vigoroso processo de ascensão das classes C e D. Com o mundo parado e o Brasil crescendo, nos tornamos centro das atenções mundiais. Em diversos segmentos, como o de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, empresas internacionais decidem entrar ou reforçar suas operações no País.

Mudança de costumes

Jovens nascidos a partir dos anos 80 chegam ao mercado de trabalho e passam a influenciar mais o consumo e os costumes. Nas parcelas mais privilegiadas da sociedade, a chamada geração Y, que cresceu em famílias menores e mais liberais e não passou por guerras nem grandes privações, passa a buscar um estilo de vida com mais autonomia. Se nos anos 80 e 90 o sonho de muitos jovens era trabalhar em uma multinacional, agora torna-se comum trocar o emprego em grandes empresas pela realização pessoal em uma startup.

No mundo da moda, que repercute as tendências da sociedade, o visual sombrio de uma Kate Moss, ícone dos anos 90, dá lugar ao look radiante da top model Gisele Bündchen.

Os anos 2000 também marcam uma mudança importante na mentalidade masculina, que começa a se libertar de preconceitos e passa a assumir os cuidados com a aparência. O símbolo máximo desse movimento é o jogador de futebol inglês David Beckham.

Lançamentos importantes

Dermocosméticos – Chegam ao mercado os dermocosméticos, produtos que agem em camadas mais profundas da pele. “O ativo Epiderfill foi uma revolução no início dos anos 2000”, conta o farmacêutico Lucas Portilho, diretor científico da Consulfarma e da Ipupo Educacional, escola de pós-graduação em cosméticos. “É uma substância desidratada que absorve a água da pele e aumenta de tamanho. Quando isso acontece, esconde rugas e linhas de expressão”.

Novos antirrugas – Outra inovação que chegou ao mercado foram os chamados fatores de crescimento. Trata-se de peptídeos que imitam os fatores naturais da pele e podem reverter sinais do envelhecimento e acelerar a cicatrização. “Também surgiram o Elastinol e o Argireline, dois anti-idades com mecanismos diferentes muito utilizados pelos dermatologistas”, lembra Lucas Portilho.

Poros livres – Em mais uma importante inovação da indústria, os cosméticos passaram a contar com substâncias a base de silicone como hidrante e filtro solar, substituindo outras que apresentavam o inconveniente de obstruir os poros da pele. O resultado foram produtos mais saudáveis, especialmente num País em que a maioria da população tem pele mista ou oleosa.

Protetores solares turbinados – O dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, cita outra inovação importante: os protetores multifuncionais, com filtros solares com proteção UVA (chamada de PPD) e com ativos contra a luz visível (como a luteína) e infravermelho (como OTZ 10). “Mais recentemente”, diz ele, “os antioxidantes conquistaram o mercado pela sua importância na proteção e reparo da pele contra as agressões ambientais”. Ele cita ativos como Exo-P, Vitamina C e peptídeos, que protegem a pele da poluição e das radiações UV.

Produtos masculinos – Antes restritos basicamente a desodorantes e cremes de barbear, os homens passam a contar com linhas completas de produtos específicos para cuidar do cabelo, da barba, pele, entre outros.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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