Câmbio não é instrumento para controlar inflação

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, repetiu o discurso sobre o preço do dólar nesta quinta-feira. Em Moscou, disse que o câmbio no Brasil “não é instrumento para controlar a inflação. O instrumento é o juro”, insistindo que não houve mudança nessa área. Antes de participar de reunião de ministros de finanças do G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, o ministro se mostrou preocupado com os riscos de mais guerra comercial. Mas afirmou que, do ponto de vista do Brasil, “conseguimos caminhar para um câmbio mais equilibrado”. “Estamos hoje com câmbio que dá uma certa competitividade para as exportações e não permite tanta invasão de produtos estrangeiros. Não vou dizer que a situação é confortável, mas melhor que no passado”, afirmou Mantega. “O meu recado é o mesmo, não tem nenhuma novidade, é cambio com flutuação e vigilância”, acrescentou o ministro, procurando esclarecer eventuais divergências de interpretação no mercado sobre o que dizem o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Mantega negou que haja meta implícita de câmbio. Disse que a menção de taxa de R$ 1,85 foi “forçação de barra de uma agência de notícias”. O ministro chegou a Moscou deixando claro que as políticas monetárias excessivamente expansionistas de alguns países têm efeitos no câmbio. No caso do Brasil, o ritmo de fluxo de capitais diminuiu. Mas a liquidez adicional tomou o rumo de outros países na América Latina. E México, Colômbia, Chile e Peru reclamam agora de valorização cambial também. “O problema não diminuiu, porque o comércio mundial está atrofiado, em um cenário em que muitas economias tentam resolver problemas domésticos por meio de exportações”, afirmou. “Enquanto isso continuar, a guerra cambial vai continuar.” A respeito do nível geral de preços, o ministro declarou que o governo está vigilante com a alta da inflação, e negou que exista descontrole de preços no Brasil. “A inflação acima do centro da meta acende o sinal de alerta”, disse, mas ponderou: “Felizmente, nos últimos anos, não tem fugido de controle”. (Fonte: Valor Econômico)

Comments

Open chat
Como posso te ajudar?