China dá passo tímido rumo a reforma

A China anunciou na sexta-feira mais um passo em direção à sua reforma financeira: liberalizou controles sobre certas taxas de juros de crédito bancário e eliminou o piso da taxa para empréstimos, que corresponde a 70% da taxa básica de juros. O objetivo declarado do Banco do Povo é reduzir os custos de financiamento das companhias domésticas e melhorar a alocação de ativos. Embora seja um movimento positivo do ponto de vista macroeconômico e de perspectivas para a liberalização total do mercado monetário, o efeito, em si, tende a ser limitado.

O piso da taxa não era referência para a maioria dos empréstimos bancários – os bancos comerciais já não concedem, via de regra, empréstimos abaixo desse nível. Então, tome-se a medida como uma sinalização do desejo do governo de avançar nas reformas que objetivam, no limite, abrir a conta de capital. Em nota a clientes, o Nomura, diz que, considerando que o primeiro-ministro, Li Keqiang, havia anunciado que a liberalização dos juros seria a “grande reforma” em 2013, restringi-la a taxas de empréstimo é uma medida moderada em comparação às taxas de depósitos. Dessa forma, esse foi um sinal claro de que o governo adotará uma abordagem gradual na liberalização total das taxas de juros. Por outro lado, esse gradualismo é prudente, tendo em vista o abrandamento do fôlego da atividade econômica e a desalavancagem das atividades de “shadow banking”. A instituição também não vê mais avanços em direção a uma reforma mais contundente ao longo deste ano e mantém a visão de que a política monetária continuará a ser contracionista e o mercado de crédito, apertado. Ademais, o crescimento dos agregados monetários permanecerá fraco no segundo semestre em resposta à contínua desalavancagem do setor financeiro. Prova disso é o comportamento dos juros de curto prazo: a taxa Shibor de três meses subiu a 4,6%, nos últimos dias, acima dos 3,9% observados no início de junho, o que significa que o juro efetivo para empréstimos corporativos efetivo é ainda mais punitivo do que no auge da tensão nos mercados interbancários na China. (Fonte: Valor Econômico)

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