China e EUA devem ganhar espaço na exportação, diz HSBC


O intercâmbio comercial com a Ásia é o mais promissor pra os próximos seis meses, sendo que a China é considerada para mais exportadores como o principal mercado como destino de exportação. No médio prazo, a expectativa dos exportadores é a consolidação dos Estados Unidos como segundo destino mais importante e num horizonte mais largo, em 2030, a Índia deve se deslocar do 11º para o 4º lugar como destino dos embarques brasileiros.
Esses são os resultados de pesquisa de índice global de confiança do comércio divulgada ontem pelo HSBC. A pesquisa foi feita com 5.200 exportadores de 23 países, sendo 250 empresas brasileiras entrevistadas entre maio e julho. Entre os exportadores pesquisados, 36% disseram que os parceiros asiáticos deverão ficar mais representativos na corrente de comércio do país. Na pesquisa anterior, divulgada há seis meses, o índice era de 25%. O percentual de exportadores que identificam a China como principal destino das exportações aumentou de 16% para 23% no mesmo período. Os parceiros asiáticos, segundo a pesquisa, tendem a ganhar papel mais relevante em razão da demorada recuperação dos países europeus.
As expectativas para o mercado americano, porém, diz Adaílton Martins, diretor do HSBC Brasil, são positivas. Segundo ele, a recuperação da economia americana deve consolidar o país como segundo destino das exportações brasileiras no médio prazo. O executivo diz que essa consolidação deve fazer com que a exportação brasileira não apenas cresça na proporção da economia americana, mas também que recupere ao menos uma parte da fatia de mercado perdida nos últimos anos. Essa recuperação, segundo Martins, poderá beneficiar embarques brasileiros de suco de laranja, sapatos e segmentos como carne e automobilístico, entre outros.
De janeiro a agosto deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, os Estados Unidos responderam por 11% das exportações brasileiras. Em 2005 a participação era de 17%. Martins não especifica, porém, em que prazo ou qual percentual de exportação os americanos podem alcançar. Segundo ele, isso deve acontecer conforme o ritmo de elevação dos juros americanos. E a expectativa de ganho de competitividade da exportação brasileira para os Estados Unidos leva em consideração a desvalorização do real frente ao dólar como efeito da elevação dos juros americanos, que tem ritmo indefinido.
A pesquisa indica ainda que a Índia deverá saltar, até 2030, da 11ª para a 4ª posição entre os principais destinos das exportações brasileiras. Isso deve acontecer, segundo o estudo, porque a Índia deve crescer muito mais rapidamente nos próximos quinze anos do que as economias mais maduras, como Europa e o Japão. Nesse quadro, a Índia ficaria à frente da Coreia como destino das exportações brasileiras, que ocuparia a quinta posição em 2030, segundo a pesquisa do banco. O HSBC estima que o PIB indiano deve crescer em média 5,6% ao ano até a década de 2030. Martins afirma, porém, que a oportunidade para o Brasil depende também de iniciativas para a intensificação comercial com os indianos.
O estudo mostra que 45% dos entrevistados brasileiros acreditam que o volume de corrente de comércio deve crescer significativamente nos próximos seis meses. Para Martins, a pesquisa mostra otimismo em relação à retomada das exportações.


Fonte: Valor Econômico

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