76% dos brasileiros acreditam que seja papel das marcas e empresas apoiar a diversidade, revela pesquisa apresentada no último dia da Semana ABIHPEC de Mercado

Movimentos de autoaceitação, inclusão e a necessidade de quebrar tabus devem impulsionar cada vez mais transformações no setor de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos; tema foi debatido por institutos de pesquisas e players do mercado no último dia da Semana ABIHPEC de Mercado 

A Semana ABIHPEC de Mercado 2022 chegou ao seu último dia (16) com um saldo extremamente positivo pelas reflexões que proporcionou à audiência. O evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, abordou durante cinco dias, temas de impacto na indústria de HPPC. Trouxe especialistas para apresentar um profundo panorama global do consumo, tendências tecnológicas e de inovação, novos olhares para sustentabilidade, movimentos sociais, com destaque à promoção de inclusão e diversidade.

Nesse último dia do evento, Claudio Viggiani, presidente do Instituto ABIHPEC, falou sobre os projetos de incentivo à capacitação profissional em serviços relacionados à beleza, de pessoas em situação de vulnerabilidade social, com a realização de oficinas de formação. Também exaltou o “De Bem Com Você – a Beleza contra o câncer”, programa de estímulo à autoestima de mulheres em tratamento oncológico; além da valorização do empreendedor negro, por meio do projeto Beleza Negra que oferece capacitação em gestão e em serviços de beleza.

O setor de HPPC vive em constante transformação e um dos impulsos é a diversidade, hoje um movimento que está levantando questionamentos da sociedade em relação aos padrões estéticos de beleza retratada, questionamento feito principalmente pela geração mais jovem, que faz com que as marcas reflitam sobre os conceitos de produtos e traduzindo em campanhas de marketing essa nova realidade, mais inclusiva, pautada na diversidade.

Em um levantamento apresentado por Amanda Caridad, analista da Mintel, em pesquisa realizada pelo instituto com mulheres jovens de 16 a 24 anos, 47% afirmaram que a promoção da igualdade (raça, gênero) é um indicador importante de uma marca ética. “A demanda por uma beleza inclusiva é uma medida mandatória e as marcas precisam dar atenção a isso”, afirmou Amanda.

O movimento de autoaceitação pelo qual o consumidor vem passando em relação à vários aspectos como cor da pele, textura do cabelo, marcas de expressão da idade e identidade de gênero, é considerado um grande impulsionador de inovação para o setor de HPPC. Mesmo que a indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos seja considerada uma das pioneiras na abordagem dessas pautas e na promoção de mudanças, ainda há um forte apelo de consumidores, para que elas sejam ainda mais inclusivas.

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, 76% dos brasileiros acreditam que seja papel das marcas e empresas apoiar a diversidade. Nos dados apresentados por Renato Meirelles, presidente da empresa de pesquisa, 52% da população brasileira afirma se sentir ofendida quando comerciais apresentam homens e mulheres no padrão hegemônico de beleza.

No encerramento da Semana ABIHPEC de Mercado, Karla Brandão, diretora de Gestão, Comunicação e Marketing da ABIHPEC mediou um bate-papo com Regiane Bueno, vice-presidente de Marketing da Coty, e Denise Coutinho, diretora de Marketing da Natura. As executivas refletiram acerca da importância dos temas de diversidade e inclusão e falaram sobre ações afirmativas realizadas pelas respectivas empresas.

Regiane Bueno disse que está na mão das marcas a chance de promover a quebra de tabus existentes na sociedade. Um deles, mencionado por ela, é o olhar baseado na crença de que o homem não pode ser vaidoso e cuidar de si. O convite à reflexão tem levado homens a se abrirem para a possibilidade de experimentar o uso de esmaltes, por exemplo, como mostrou a pesquisa da Mintel, em que 31% dos homens afirmaram fazer as unhas para ocasiões especiais.

Denise Coutinho destacou que é preciso valorizar a beleza presente em suas diferentes formas e idades e comentou sobre a importância do combate ao etarismo por meio de campanhas e ações que provoquem a reflexão e a conscientização, dando como exemplo, campanha recente lançada com o mote #MinhaIdadeNãoMeDefine

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