Consumidores buscam sustentabilidade, apesar de desafios econômicos, destaca a Semana ABIHPEC de Mercado 2023
Governança e custos emergem como impulsionadores da sustentabilidade empresarial
O penúltimo dia da Semana ABIHPEC de Mercado 2023, evento organizado nesta quinta-feira (05), pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), abordou a relação dos consumidores com a sustentabilidade e a necessidade de ações afirmativas por parte da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos para atender, além das demandas de consumo, os quesitos de governança e impactos econômicos gerados pela crise climática.
Análises do instituto Kantar mostram que, apesar do crescente interesse, muitos consumidores ainda demonstram uma compreensão limitada sobre o que a sustentabilidade realmente implica, agrega a uma marca ou produto. Isso ocorre em meio a desafios econômicos que afetam as escolhas de consumo, uma vez que produtos ‘ecologicamente corretos’ são comumente percebidos como mais caros, além de uma relativa desconfiança dos consumidores, em relação às ações das marcas, vistas como superficiais ou marketing.
“É preciso que as fabricantes e varejistas deem suporte aos consumidores visando promover a evolução de seu comportamento e entendimento acerca da sustentabilidade” destacou Matheus Macedo, da Kantar.
Apesar das barreiras, os produtos de cuidados pessoais estão entre as 2 principais escolhas sustentáveis do consumidor na hora da compra, ficando atrás apenas de alimentos (verduras, legumes, frutas etc.). A categoria é a preferência para 32% dos consumidores em todo mundo e para 19% no Brasil.
Além do consumo, o Instituto NielsenIQ apontou que a ‘governança’ e o ‘custo’ devem acelerar o processo de sustentabilidade nos processos das empresas. A necessidade de se adequar às legislações, os riscos com multas e taxas relacionadas a práticas ruins como o greenwashing, o aumento dos custos devido ao impacto climático, como o aumento no preço da energia, matérias-primas, entre outros, vão impulsionar a tomada de medidas.
Simultaneamente, o consumidor vem se tornando mais consciente, conforme observado pela NielsenIQ. De acordo com o estudo do instituto, para 76% dos consumidores a sustentabilidade é mais importante hoje do que há dois anos. Embora o preço do produto ainda seja o fator mais determinante na escolha da marca, a categoria de “produtos amigáveis para o meio ambiente” se estabeleceu entre os cinco atributos mais importantes na hora da compra.
O penúltimo dia da Semana ABIHPEC de Mercado se encerrou com uma mesa redonda que contou com a participação de Fabio Brasiliano, diretor de Meio Ambiente, Bioeconomia e Clima da ABIHPEC, e Gustavo Henrique de Souza, representando a Ypê com a mediação da Diretora de Inteligência de Mercado da ABIHPEC, Elaine Gerchon. A conversa destacou as tendências de sustentabilidade e consumo, como as citadas pelos institutos, para a criação de novos produtos. A extração consciente de ingredientes e a mensuração da pegada de carbono, por exemplo, são tópicos urgentes que devem ser levados em conta pelas fabricantes e marcas.
“A indústria precisa ter uma governança bem estabelecida, visando se estruturar de acordo com as legislações e isso deve ser mantido a longo prazo com objetivo de fazer a diferença para marca, consumidor e todos os envolvidos na cadeira da produção” ressaltou Gustavo Souza.
Fabio Brasiliano ainda alertou para que a agenda climática seja iniciada o quanto antes nas empresas. “Existe um projeto de lei que está caminhando para regular o mercado de carbono. É importante realizar o inventário de emissão e se adequar às atuais normas e principalmente, se preparar para as que estão por vir”, ressaltou.
O último dia da Semana ABIHPEC de Mercado 2023 está marcado para a sexta-feira, dia 06 de outubro.
Sobre a ABIHPEC – A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) é uma entidade privada que tem como finalidade representar nacional e internacionalmente as indústrias do setor, instaladas em todo país e de todos os portes, promovendo e defendendo os seus legítimos interesses, por meio de ações e instrumentos que contribuam para o seu desenvolvimento, buscando fomentar a competitividade, a credibilidade, a ética e a evolução contínua de toda a cadeia produtiva.