Segmento de Tissue sofre com alta de custos e dificuldade de repasse de preços para o varejo

 

 

 

Essencial na cesta de consumo dos brasileiros, segmento de papéis para fins sanitários teme prejuízo à sociedade, em consequência de potencial queda da competividade do segmento

De acordo com apuração da ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o segmento de Tissue demonstra preocupação com os riscos de queda na competitividade do segmento, principalmente para papel higiênico, papel toalha e guardanapos, em decorrência dos seguidos aumentos de custos dos insumos de sua cadeia produtiva e da dificuldade de repasse dos mesmos para o varejo.

O impacto do aumento de custos para o segmento de Tissue no período de janeiro a novembro desse ano acumula as altas no preço das principais matérias-primas, sendo raros os aumentos abaixo de dois dígitos, só a desvalorização do real frente ao dólar – moeda à qual a celulose, principal matéria prima desse segmento está atrelada – acumula queda que supera a casa dos 20%. Inúmeros insumos tiveram alta, com destaque para as aparas de papel, item básico para produção de papel, com aumentos entre 26% e 31%, de janeiro a novembro de 2020.

Também foram registrados aumentos de cerca de 3,5% no custo do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) em outubro, e em materiais de embalagens, como as caixas de papelão, registrando alta de cerca de 10%; filme liso, alta de 11,5%; filme impresso, alta de 9%; e maculatura, alta de 7,5%. Até mesmo a energia, dependendo da região do país, teve aumento ultrapassando a casa dos 10%.

Dessa forma, por mais que o setor venha empenhando seus melhores esforços, segurando até o momento o repasse de preços e mantendo empregos, o risco de que a indústria não consiga mais repor seus estoques é iminente.

O grande gargalo dessa equação está nas tratativas entre o setor produtivo e o varejo, principalmente na interação com as grandes redes de varejo, que não vem permitindo o repasse de novas tabelas de preços.  “Os poucos fabricantes que tiveram sucesso no repasse de preços, conseguiram fazê-lo, implementando reajustes que, na sua maioria, não vão muito além do impacto da inflação acumulada no período, que foi de cerca de 3,0%”, afirma João Carlos Basilio, presidente- executivo da entidade.

“A capacidade de absorção dos aumentos de custos pelos fabricantes tem seu limite. No ponto em que estamos, infelizmente, nos aproximamos de uma situação de consequências danosas para a manutenção da competitividade desse segmento”, complementa Basilio.

O desafio de eliminação de tal gargalo não é simples, mas é crítico e necessário para que, como resultado, se permita a continuidade do desenvolvimento do segmento, assim como a boa manutenção das relações entre os diversos elos dessa cadeia produtiva e de consumo. A solução de tal imbróglio beneficiará, principalmente a sociedade, que continuará encontrando nas prateleiras do varejo ao redor do país, um leque de opções de consumo competitivo, onde seguirão disponíveis, alternativas de produtos que cabem nos mais diferentes bolsos e escolhas.

Sobre o segmento de Tissue

O segmento de Tissue reúne os fabricantes de papel higiênico, lenços de papel descartáveis, toalhas de papel de múltiplos usos, wipes (lenços umedecidos) e guardanapos, uma divisão do mercado essencial e, de fundamental importância na rotina dos brasileiros. Conhecidos como papéis para fins sanitários, esses itens são essenciais para a sociedade, principalmente na prevenção de doenças, além da manutenção da saúde e do bem-estar e hoje, está presente em cerca de 90 mil pontos de vendas espalhados pelo Brasil.

Sobre a ABIHPEC

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) é uma entidade privada que tem como finalidade representar nacional e internacionalmente as indústrias desse setor, de todos os portes e instaladas em todo o país, promovendo e defendendo os seus legítimos interesses, por meio de ações e instrumentos que contribuam para o seu desenvolvimento, buscando fomentar a competitividade, a credibilidade, a ética e a evolução contínua de toda a cadeia produtiva. Mais informações: www.abihpec.org.br

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