Semana ABIHPEC de Mercado mostra pesquisa inédita sobre as diferenças geracionais no comportamento de consumo e traz uma radiografia do shopper brasileiro

A importância das marcas entenderem de qual geração é o seu consumidor e quais são seus valores e anseios; a relevância de uma experiência em lojas físicas com mais aplicação tecnológica e a interação digital foram alguns dos destaques no segundo dia de evento

Para falar sobre as diferenças entre as gerações e seus comportamentos de consumo, a Semana ABIHPEC de Mercado 2022 trouxe em seu segundo dia de evento (13/09), duas apresentações que mostraram um mapeamento detalhado do consumidor brasileiro. A ALS Perception desenvolveu uma pesquisa customizada em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que traz dados inéditos sobre as gerações de consumidores e suas diferenças nas percepções, meios de comunicação e consumo.

 Camila Toni, diretora de Pesquisa da ALS Perception, destacou em sua apresentação as diferenças das gerações Z, X, Y e Baby Boomers em seus comportamentos e hábitos de consumo, de interação social, de busca por informação e valores humanos que pautam toda essa visão de mundo. A pesquisa apontou que, sem muito poder de compra, a geração Z se mostrou ser a que mais apresenta interesses dispersos e é a geração mais aberta a novidades.

“De forma geral, as gerações mais novas são mais abertas e dispostas a novas experiências, enquanto as mais velhas são mais conservadoras e mais fiéis as suas marcas de preferência”, explica Camila. A maneira como buscam informação também são distintas, chamando atenção o fato de que baby boomers, geração entre 58 e 76 anos, são os que mais se conectam a jornais impressos, rádio e gostam de hard news, com muita fidelidade às suas marcas preferidas.  Saúde e produtos naturais também estão nas suas preferências. Já a geração Z, não se interessa por notícias e busca na verdade, por entretenimento.

Mas o que essas gerações todas possuem em comum?  Segundo a pesquisa, a busca por qualidade, eficácia e preço – na hora em que a decisão de compra é tomada, esses são componentes comuns nas percepções de grupos consumidores tão distintos.

Outra conclusão interessante foi a de que os mais jovens gostam de comprar para impressionar e consideram muito em seus processos de busca por um produto ou uma marca, conteúdos de TikTok, Instagram e dicas de influenciadores

Na segunda palestra do dia, “Radiografia do shopper brasileiro: loja, e-commerce e metaverso”, apresentada por Graziela Sueiro da Qualibest, mostrou que 71% de todos os entrevistados, preferem comprar pela internet, de geração Z a baby boomers. Entre os motivos, praticidade e conveniência por dispensar deslocamento, melhores preços e uma percepção dos respondentes, de que no on-line o conjunto de opções de compra é maior, mais amplo. Dentro desse universo 47% dos entrevistados que realizam compras online, compram produtos de higiene pessoal e beleza, sendo que a geração Z é a maior consumidora, com 60% dessa fatia.

 Outro dado surpreendente apresentado na pesquisa da Qualibest é que 49% dos entrevistados têm intenção de comprar no metaverso. Dos pesquisados, somente 17% disseram que não consumiriam nesse ambiente virtual e 64%, consideram que comprar no metaverso é uma evolução natural das compras online. A relação com as lojas físicas também foi abordada e se mostrou muito relevante para o shopper brasileiro – de todas as idades – que segue valorizando o contato e a experimentação dos produtos em lojas físicas.

Em relação à experiência no ponto de venda, o que o shopper brasileiro mais valoriza ainda é um bom atendimento, seguido de tecnologia (aplicativos, autoatendimento para evitar filas no caixa, QR Code e interação com redes sociais) e por fim, sustentabilidade, tanto de produtos como nas instalações do estabelecimento.

No painel que encerrou o segundo dia de evento, foi debatido como as marcas estão lidando com a questão geracional e as particularidades de consumo, potencializadas pelas redes sociais. A conversa teve mediação da diretora de Inteligência de Mercado da ABIHPEC, Elaine Gerchon, e participações de Marcela De Masi, diretora de Comunicação do O Boticário e da marca Quem Disse, Berenice? e Evandro Barros, diretor Comercial e de Marketing da Payot.

Para Marcela de Masi, as redes sociais vão além de uma mera vitrine de produtos, e sim o ponto de partida de uma jornada de experiências, que passa por uma estratégia de conteúdo, diálogo e interação com o consumidor. Identificar qual o público alvo e estabelecer o tom da conversa é fundamental para atrair e fidelizar o consumidor, uma vez que as marcas estão competindo não apenas com outras marcas, mas com uma imensidão de conteúdos onde disputam a atenção do usuário de forma simultânea, todos os temas de seu interesse, como por exemplo, entretenimento, esportes e gastronomia.

Evandro Barros, destacou a importância de a marca desenvolver a capacidade de conversar com as diferentes gerações, por meio da segmentação de conteúdos e produtos. De acordo o diretor, a centenária Payot vem ajustando suas estratégias e abordagens, justamente para tornar possível que a maca se conecte com consumidores de todas as gerações avós, mães e netas, construindo um diálogo personalizado que vai da geração Z aos baby boomers.

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