Tendências para 2024 e oportunidades do metaverso para a indústria de HPPC marcam o terceiro dia da Semana ABIHPEC de Mercado

WGSN apresentou as seis principais tendências para o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos até 2024, Dezon mostrou o metaverso como um mundo cada vez mais possível de investir nesta tecnologia, e L’Oréal deu exemplos de iniciativas da empresa na exploração do metaverso e pontuou desafios a superar, por ser um ambiente ainda de muitas incertezas, como as questões de cibersegurança

O descanso, o bem-estar e até a preguiça: essas serão algumas das práticas de autocuidado prioritárias na rotina das pessoas até 2024. Até lá, o mercado de cuidados pessoais e da beleza vai ultrapassar o limite físico e transitar pela chamada realidade fluida do metaverso. Será inegociável para os consumidores que as marcas apoiem causas como a diversidade e abordem com clareza a crise climática. Esses foram alguns dos insights abordados nesta quarta-feira (14), no terceiro dia da Semana ABIHPEC de Mercado 2022, uma realização da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

Uma das seis principais tendências mapeadas pela WGSN é que até 2024 as empresas adotem uma abordagem chamada de ‘capitalismo regenerativo’, onde as marcas visem, além de reduzir o impacto, reparar danos ambientais provocados pelas suas atividades industriais, praticando uma produção restaurativa da natureza.

A adoção de boas práticas, levando em conta o respeito às pessoas, a natureza e a cultura deverá estar presente em toda cadeia produtiva. Influenciado pela pandemia e pela crise climática, o consumidor passou a ser mais sensível ao conceito de coletividade. Também influenciadas pelas demandas de nicho, as narrativas, até então dominantes no universo da moda e da beleza, passarão por transformações definitivas e mais vozes deverão ser ouvidas.

Outra tendência apontada na apresentação de Liliah Angelini, da WGSN, é que até 2024, a cultura da pressa perca cada vez mais espaço, tirando o trabalho do centro da vida das pessoas e tornando o descanso e o bem-estar propulsores-chave do consumo. Ou seja, o investimento em produtos e experiências que acalmem e ajudem a eliminar o cansaço serão essenciais para as marcas. A tendência leva também a um conceito chamado ‘Beleza preguiçosa’, onde as fórmulas e os formatos multifuncionais dos produtos ajudarão o público a aproveitar ao máximo o tempo dedicado a sua rotina de cuidados.

“O metaverso tá on”, tema da apresentação da consultoria Dezon, por Iza Dezon e Vânia Goy, apresentou como as estratégias para entrar no metaverso para promover suas marcas têm alavancado altos investimentos. Segundo a Global Data, nos últimos 18 meses foram US $77 bi movimentados em fusões e aquisições relacionados ao novo canal.

“Uma grande oportunidade de inovação. Vamos entrar em uma nova era de relações, uma mudança de D2C para o D2A, ‘direct to avatar’. A marca vai dialogar diretamente com avatares. Uma nova era de relacionamentos”, destacou Dezon. Segundo a consultora, a realidade expandida não é uma nova tecnologia, mas com o advento dos smartphones, trouxe a possibilidade de massificar o acesso a essa ferramenta.

Entre os muitos desafios do metaverso, no caso do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, a consultora disse que o desafio será transpor uma experiência que é muito sensorial para esse ambiente virtual. A monetização do universo, as formas como serão realizadas as transações de compra dentro do ambiente, se com criptomoedas criadas pelas próprias marcas, ou uma moeda única, é outra dinâmica a ser observada.

No painel de encerramento, Guilherme Eler, diretor de Novos Negócios e Inovação na L’Oréal Brasil, falou sobre o desafio de explorar uma nova realidade, a criação de experiências em mais uma camada de relacionamento. “Apesar do mar de oportunidades que se abre com o metaverso, ainda temos muitas incertezas, como as questões de cibersegurança, éticas, regulatórias e de sustentabilidade do ponto de vista do negócio, ou seja, custo e retorno desse investimento”, analisou Eler.

Quais serão os melhores devices, celulares, óculos 3D ou plataformas de games, foram outras reflexões que o diretor da L’Oréal pontuou. “Onde devemos atuar? Em diversas “lands” ou haverá a consolidação das lands em um mesmo espaço? Ainda não sabemos como essas questões serão acomodadas”, argumentou Eler. Otimista, o executivo terminou sua apresentação convidando a audiência para que todos “se joguem” no metaverso, ou seja, passem pela experiência, consumam, aprendam para compreendê-lo melhor e também para se divertir.

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