Por Valor SÃO PAULO
A confiança da indústria registrou novo piso histórico, com uma piora relevante nas expectativas, informa a Sondagem da Indústria de Transformação, da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa também mostra que a ociosidade do setor aumentou em junho e é a maior em seis anos. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), que sintetiza a sondagem, recuou 4,9% na passagem de maio para junho, para 68,1 pontos, o menor nível da série mensal, iniciada em outubro de 2005.
A prévia da pesquisa indicava queda um pouco menor, de 4,7%. No fechamento do segundo trimestre, o índice médio ficou 13% abaixo do trimestre anterior, informou a FGV. “O resultado da pesquisa sinaliza que, entre março e junho, a indústria de transformação enfrentou mais um trimestre de queda da produção e de margens de lucro comprimidas. Embora os indicadores que retratam a situação presente dos negócios estejam caindo mais fortemente em junho, chama atenção a piora das expectativas, levando a um elevado grau de pessimismo em relação ao horizonte de três a seis meses”, afirmou Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/Ibre.
A queda do indicador de confiança em junho afetou nove dos 14 principais segmentos acompanhados pela pesquisa e foi determinada pela piora tanto das avaliações sobre o momento presente quanto das expectativas em relação aos meses seguintes. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 5,6%, para o menor nível da série mensal iniciada em outubro de 2005 (70,4 pontos). Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE) declinou 4,2%, ficando em 65,8 pontos, também o menor da série histórica. A sondagem também informou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria brasileira diminuiu 0,8 ponto percentual entre maio e junho, de 79% para 78,2%, o menor nível desde abril de 2009 (78%). A edição de junho da sondagem coletou informações de 1.134 empresas entre os dias 2 e 25 deste mês. (Valor)
Fonte: Valor