[:pt]Crise política vai antecipar novo rebaixamento do país [:]

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Por Aline Oyamada, Teo Takar, Silvia Rosa, Tainara Machado e José de Castro

O Brasil caminha a passos largos para a perda do grau de investimento por uma segunda agência de classificação de risco, por causa da paralisia do programa de ajuste fiscal após a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O Valor colheu essa percepção ontem no mercado depois que a Moody’s colocou a nota do país ­ atualmente em Baa3 ­ em revisão para possível rebaixamento, citando a deterioração da economia e a incerteza política. Se for cortado, o rating perderá o status de grau de investimento.

Alguns analistas, como Ignacio Crespo Rey, economista da Guide Investimentos, consideram mais provável que o segundo rebaixamento da nota brasileira ­ a Standard & Poor’s já fez isso em setembro ­ só ocorra no primeiro semestre de 2016. E acreditam que a Fitch tomará essa decisão antes da Moody’s, porque já está com a perspectiva negativa há mais tempo.

O vice-­presidente e analista sênior da Moody’s, Mauro Leos, disse ao Valor que a alta incerteza política, provocada, entre outros motivos, pelo início do processo de impeachment, tem impacto no rating soberano porque dificulta a aprovação do ajuste fiscal. Apesar disso, explicou que a principal motivação não foi política, porque o impeachment ainda não é considerado o cenário mais provável.

O principal ponto seria a rápida deterioração de praticamente todos os indicadores econômicos. “A revisão busca responder à questão de se a economia e o quadro fiscal vão melhorar. Obter a resposta ficou mais difícil por causa do cenário político”. A decisão da agência foi anunciada com os mercados já fechados.

Durante o dia, a percepção de que a oposição tem ganhado força no processo de impeachment animou os mercados. O dólar fechou em queda, a R$ 3,7416, e os juros também caíram. A Bovespa teve alta de 4%. Os ativos brasileiros negociados em Nova York não reduziram o ímpeto de alta no fim da tarde, mesmo após a decisão da Moody’s. Os ADRs da Petrobras fecharam em alta de 5,04%.

Fonte: Valor

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