Em mais de um século de trajetória, o plástico abriu caminho desvendando aplicações e substituindo materiais concorrentes à sombra de vantagens econômicas e/ou de performance.
Mas justo no envase de desodorantes, um bilionário mercado de produtos de rápido consumo e no qual o Brasil é vice-líder mundial, as embalagens sopradas deparam com uma reviravolta rara em seu currículo: ceder terreno a um rival, o alumínio, absoluto no envase do desodorante aerossol, o tipo mais requintado e hoje de maior torque nas vendas – popularização resultante da economia de escala – e no qual o plástico restringe-se à injeção de tampas e itens da válvula.
No frasco ele não tem assento por falta de resistência mecânica para manter a pressão interna exercida pelo gás e devido à barreira insuficiente para conter sua migração. Assim, a presença das resinas no segmento, em especial polietileno (PE), limita-se aos recipientes dos desodorantes na rabeira dos balanços e cada vez mais acuados pelo rolo compressor do aerossol: as categorias dos cremes, squeeze/pump (spray de líquido), stick e roll-on. Contra números não cabe embargo, apelação, chicana ou pedido de vistas.
Entre 2012 e 2017, atesta pesquisa da consultoria Euromonitor, as vendas de desodorantes no Brasil acusam taxa de crescimento acumulado de 3%, culminando em receita de R$ 9.772,1 bilhões no ano passado. Ao longo desse quinquênio, registraram quedas as categorias de desodorante em cremes (-6,9%), pump (-3,6%), roll-on (-5,7%) e o tipo stick (-3,2%). Em contraste, aerossóis mostram alta de 11,8% no mesmo período, somando faturamento.
Fonte: Plásticos em Revista