Por Valor SÃO PAULO
Os custos da indústria aumentaram 3,2% no segundo trimestre, sobre o primeiro, feitos os ajustes sazonais, de acordo com indicador da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A valorização do dólar contribuiu para a elevação das despesas do setor, mas melhorou a competitividade dos produtos nacionais, informou a entidade. O aumento médio foi puxado pelo custo de produção, que cresceu 4%. Entre os componentes, energia e bens intermediários importados registraram as maiores altas: 12,4% e 9,1%, respectivamente.
Os importados ficaram mais caros por causa da desvalorização do câmbio, enquanto o aumento da energia foi puxado pela alta de 16,4% no insumo elétrico. Os gastos com óleo combustível caíram 1,6%. Os bens intermediários nacionais registraram um aumento de 3,2%, o maior desde o terceiro trimestre de 2013, e o custo do capital de giro continuou se expandindo, 2,6%. Mesmo o custo tributário, que vinha apresentando sucessivas quedas, apresentou aumento de 0,4% no segundo trimestre de 2015.
E o registrado com pessoal subiu 2,2%. Comparação com 2014 Em relação ao segundo trimestre de 2014, os custos industriais cresceram 7%. Nesta comparação, eles também foram puxados pelo aumento de 9,3% no custo de produção, que por sua vez foi mais influenciado pelos bens intermediários importados, que subiram 32% influenciados pelo dólar. Apesar das demissões que ocorrem como consequência da crise econômica, o custo com pessoal continuou crescendo: 8,8% de aumento em relação ao segundo trimestre de 2014. A energia disparou 49,6%, na mesma comparação, pressionando o custo total médio da indústria de transformação.
O custo com capital de giro se expandiu em 13,1%, refletindo a alta da taxa básica de juros e a contração no mercado de crédito. Competitividade A valorização do dólar melhorou a competitividade dos produtos brasileiros. No mercado interno, os preços dos manufaturados importados em reais aumentou 7,8% no segundo trimestre deste ano, mais do que a elevação de 3,2% nos custos dos produtos no país. O aumento dos custos também foi inferior ao reajuste de 8,3% registrado nos preços em reais no mercado dos Estados Unidos. “Esse movimento também reflete a desvalorização do real no período”, afirma a CNI. (Valor)
Fonte: Valor