Com o resultado positivo, a atividade econômica no Brasil retornou ao patamar pré-pandemia no período dos primeiros três meses do ano
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre de 2021 cresceu 1,2%, em comparação ao quarto trimestre de 2020, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 1.
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Frente ao primeiro trimestre de 2020, o PIB apresentou crescimento de 1% e no acumulado dos quatro trimestres terminados em março deste ano, queda 3,8%, em comparação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Com o resultado, a atividade econômica voltou ao mesmo patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014, informou o IBGE.
O saldo positivo foi puxado pelo consumo empresarial, o investimento. A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 4,6%, enquanto a despesa de consumo das famílias caiu 0,1% e a despesa de consumo do governo teve retração de 0,8% em relação ao trimestre anterior.
Já em comparação ao mesmo período de 2020, o investimento teve crescimento de 17%, a maior taxa desde o segundo trimestre de 2010. O consumo das famílias recuou 1,7% e o consumo do governo caiu 4,9%.
“O aumento da inflação pesou principalmente no consumo de alimentos ao longo desse período. O mercado de trabalho desaquecido também. Houve ainda redução significativa nos pagamentos dos programas do governo às famílias, como o auxílio emergencial”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE Rebeca Palis.
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2021 totalizou 2,048 trilhões de reais. Desses, 1,753 trilhão de reais foi referente ao Valor Adicionado a preços básicos e 294,7 bilhões de reais aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
A atividade do trimestre foi composta pelo crescimento nas três atividades acompanhadas. A agropecuária teve alta de 5,7%, a indústria, de 0,7% e os serviços, de 0,4%.
O avanço nas atividades industriais foi puxado principalmente pelas indústrias extrativas, que tiveram alta de 3,2%. Também registraram taxas positivas a construção, com aumento de 2,1%, e a eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, com alta de 0,9%. O único desempenho negativo ocorreu nas indústrias de transformação, com queda de 0,5% na atividade.
Nos serviços, os resultados positivos ocorreram no transporte, armazenagem e correio, com aumento de 3,6%, intermediação financeira e seguros, que teve alta de 1,7%, informação e comunicação, com alta de 1,4%, comércio, que teve aumento de 1,2%, atividades imobiliárias, de 1% e outros serviços, de 0,1%. A única variação negativa ocorreu na categoria de administração, saúde e educação pública, com queda de 0,6%.
As exportações de bens e serviços tiveram aumento de 3,7%, e as importações, de 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2020.
O crescimento era esperado por economistas, apesar de o resultado ter ficado acima da mediana das previsões para a atividade do trimestre. O saldo positivo vem seguido de indicações de um baque menor do recrudescimento da pandemia e das restrições na atividade econômica no início do ano.
“O número é positivo na margem. Quando começou o ano, a expectativa, já com o recrudescimento da segunda onda, era que esse PIB fosse ser negativo”, afirma o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas.
Com a mudança de perspectiva para os números dos três primeiros meses do ano já observada em indicadores setoriais e na “prévia” do PIB medida pelo Banco Central pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgados nas últimas semanas, as expectativas para o crescimento econômico do país em 2021 vêm sendo revisadas para cima pelo mercado.
Na segunda, o boletim Focus do Banco Central já registrou otimismo, com o aumento da expectativa do mercado para a atividade econômica no ano de 3,52% para 3,96%.
Fonte: Exame