Em fevereiro de 2020, o comércio varejista nacional cresceu (1,2%) frente a janeiro, na série com ajuste sazonal, após queda de 1,4% em janeiro. A média móvel trimestral foi de -0,2% no trimestre encerrado em fevereiro. Na série sem ajuste sazonal, houve aumento de 4,7% na comparação com fevereiro de 2019. No acumulado no ano, contra igual período do ano anterior, o avanço foi de 3,0%. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi de 1,9%
Período | Varejo | Varejo Ampliado | ||
Volume de vendas | Receita nominal | Volume de vendas | Receita nominal | |
Fevereiro / Janeiro* | 1,2 | 1,0 | 0,7 | 0,9 |
Média móvel trimestral* | -0,2 | 0,3 | 0,2 | 0,6 |
Fevereiro 2020 / Fevereiro 2019 | 4,7 | 8,7 | 3,3 | 6,5 |
Acumulado 2020 | 3,0 | 7,2 | 3,4 | 6,5 |
Acumulado 12 meses | 1,9 | 5,1 | 3,6 | 6,1 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria *Série COM ajuste sazonal |
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o volume de vendas aumentou 0,7% em relação a janeiro, segundo mês consecutivo de variação positiva, contribuindo para que a média móvel do trimestre encerrado em fevereiro ficasse positiva: 0,2%, revertendo o recuo do trimestre encerrado em janeiro (-0,2). A publicação completa está à direita.
Com o ganho de ritmo observado entre janeiro e fevereiro de 2020 (1,2%), o varejo nacional compensa parte da queda acumulada nos últimos dois meses e está 4,5% abaixo do ponto mais alto da série, atingido em outubro de 2014.
Considerando o varejo ampliado, a distância atual para o ponto mais alto da série, alcançado em agosto de 2012, é de 7,2%.
Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram avanços
Na série com ajuste sazonal, o avanço de 1,2% no volume de vendas de janeiro para fevereiro foi resultado do avanço nas vendas em cinco atividades das oito pesquisadas. Os destaques positivos foram Móveis e eletrodomésticos (1,6%); Tecidos, vestuário e calçados (1,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,5%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,6%).
Por outro lado, pressionaram negativamente o resultado de fevereiro os Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,8%), os Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,1%) e os Combustíveis e lubrificantes (-0,6%).
No comércio varejista ampliado, o volume de vendas cresceu 0,7% entre janeiro e fevereiro, na série com ajuste sazonal. Nessa comparação, os setores de Veículos, motos, partes e peças (0,9%) e Material de construção (0,1%) tiveram variação positiva, sendo que o primeiro havia crescido 8,5% e o segundo, recuado -0,1% no mês anterior.
Em relação a fevereiro de 2019, o comércio varejista cresceu 4,7%, com a predominância de taxas positivas atingindo seis das oito atividades pesquisadas, mesmo tendo fevereiro de 2020 (18 dias) dois dias úteis a menos que fevereiro de 2019 (20 dias). Entre as atividades com crescimento, destacaram-se Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,1%); Móveis e eletrodomésticos (11,7%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,7%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,9%). Também registraram taxas positivas os Tecidos, vestuário e calçados (1,0%) e os Combustíveis e lubrificantes (0,2%).
Já as atividades de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-13,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,8%) tiveram resultados negativos.
Com avanço de 3,3% frente a fevereiro de 2019, o comércio varejista ampliado registrou décima primeira taxa positiva consecutiva, com o segmento de Veículos, motos, partes e peças mostrando avanço de 1,1%, enquanto o setor de Material de construção recuou 2,0%.
BRASIL – INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO, SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: Fevereiro 2020 | ||||||||
ATIVIDADES | MÊS/MÊS ANTERIOR (1) | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | |||||
Taxa de Variação (%) |
Taxa de Variação (%) |
Taxa de Variação (%) | ||||||
DEZ | JAN | FEV | DEZ | JAN | FEV | NO ANO | 12 MESES | |
COMÉRCIO VAREJISTA (2) | -0,3 | -1,4 | 1,2 | 2,6 | 1,4 | 4,7 | 3,0 | 1,9 |
1 – Combustíveis e lubrificantes | -0,5 | 0,0 | -0,6 | -1,0 | -0,6 | 0,2 | -0,2 | 0,2 |
2 – Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo | -1,4 | -1,8 | 1,5 | -3,0 | -2,7 | 4,1 | 0,6 | 0,2 |
2.1 – Super e hipermercados | -1,4 | -0,7 | 0,7 | -3,1 | -3,0 | 4,2 | 0,5 | 0,3 |
3 – Tecidos, vest. e calçados | -1,0 | 0,5 | 1,6 | -0,1 | 2,6 | 1,0 | 1,8 | -0,1 |
4 – Móveis e eletrodomésticos | 2,9 | -1,5 | 1,6 | 18,6 | 11,0 | 11,7 | 11,4 | 5,5 |
4.1 – Móveis | – | – | – | 14,2 | 9,8 | 8,2 | 9,1 | 6,9 |
4.2 – Eletrodomésticos | – | – | – | 20,6 | 11,8 | 12,0 | 11,9 | 4,9 |
5 – Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria | -2,3 | 0,2 | 0,6 | 7,0 | 7,1 | 7,9 | 7,5 | 6,6 |
6 – Livros, jornais, rev. e papelaria | 10,9 | -0,2 | -3,8 | 1,8 | 3,6 | -7,8 | -1,5 | -14,8 |
7 – Equip. e mat. para escritório, informatica e comunicação | -10,5 | -1,6 | -1,1 | 1,6 | -6,7 | -13,3 | -10,1 | -1,8 |
8 – Outros arts. de uso pessoal e doméstico | 0,0 | -0,1 | 1,5 | 13,1 | 7,6 | 8,7 | 8,1 | 6,1 |
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3) | -0,8 | 0,6 | 0,7 | 4,1 | 3,5 | 3,3 | 3,4 | 3,6 |
9 – Veículos e motos, partes e peças | -5,3 | 8,7 | 0,9 | 9,8 | 9,9 | 1,1 | 5,6 | 8,7 |
10- Material de construção | -1,2 | -0,2 | 0,1 | 4,9 | 2,3 | -2,0 | 0,3 | 3,4 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio. (1) Séries com ajuste sazonal. (2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8. (3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10 |
Principais atividades
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo exerceram o maior impacto positivo na formação da taxa global do varejo. Com aumento de 4,1% frente a fevereiro de 2019, a atividade inverte movimento registrado nos dois meses anteriores. No primeiro bimestre de 2020, esse segmento acumulou aumento de 0,6% frente a igual bimestre de 2019. No acumulado nos últimos doze meses, o setor volta a registrar aceleração na intensidade de crescimento (0,2%) após seis meses perdendo ritmo.
Móveis e eletrodomésticos foi o segmento que exerceu o segundo maior impacto positivo no indicador do varejo, após alcançar o sexto mês consecutivo de crescimento: 11,7% de aumento no volume de vendas em relação a fevereiro de 2019. No primeiro bimestre de 2020, acumula 11,4% de alta, em comparação a igual bimestre do ano anterior. O setor registra o quarto bimestre consecutivo de variações positivas, sendo a segunda taxa a dois dígitos (no 4º bimestre de 2019 o valor foi 11,7%). Em doze meses, acumula 5,5%.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outros, cresceu 8,7% em relação a fevereiro de 2019, mostrando ganho de ritmo em relação ao resultado de janeiro (7,6%). No primeiro bimestre de 2020, houve alta de 8,1% frente a igual período de 2019. O acumulado de doze meses, 6,1%, monstra estabilidade perante a dezembro (6,1%) e janeiro (6,2%).
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de 7,9% frente a fevereiro de 2019, registrou a trigésima quarta variação positiva consecutiva nessa comparação, representando a série mais longa de crescimento entre todos os setores pesquisados desde 2017. No primeiro bimestre do ano, acumulou variação de 7,5% em relação ao mesmo período de 2019. Nos últimos doze meses, acumulou aumento de 6,8%.
Tecidos, vestuário e calçados, com aumento de 1,0% em relação a fevereiro de 2019, mostrou o segundo mês consecutivo de taxas positivas. O acumulado para o primeiro bimestre do ano ficou em 1,8%. No entanto, o indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 0,4% até janeiro para -0,1% em fevereiro, mostra redução de ritmo.
Combustíveis e lubrificantes mostrou variação positiva de 0,2% no volume de vendas em relação a fevereiro de 2019, interrompendo dois meses seguidos de queda. O acumulado no primeiro bimestre de 2020 foi de -0,2% e o nos últimos doze meses foi de 0,2%.
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, em relação a igual mês de 2019, registrou recuo de 13,3%, em seu segundo mês consecutivo de queda. O setor foi o único a influenciar negativamente o indicador do varejo. O acumulado do ano para a atividade foi de -10,1%, o primeiro bimestre negativo desde julho-agosto de 2019, e o acumulado nos últimos doze meses de -1,8%, invertendo a trajetória, para essa comparação, que vinha sendo observada desde novembro de 2019.
Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou recuo no volume de vendas de 7,8% frente a fevereiro de 2019, após dois meses de crescimento. Com isso, o segmento volta a apresentar comportamento de retração registrado até novembro de 2019. Ainda assim, na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, a perda do setor foi de 1,5%, a menos intensa desde o terceiro bimestre de 2017. Nos últimos doze meses, o segmento acumula recuo de 14,8%, permanecendo negativo desde março de 2014 (-0,2%).
Varejo ampliado
Veículos, motos, partes e peças registrou aumento de 1,1% em relação a fevereiro de 2019, assinalando a décima primeira taxa positiva seguida. No primeiro bimestre, o setor acumulou avanço de 5,6% e, nos últimos doze meses, de 8,7%, mostrando perda de ritmo em relação a janeiro (10,1%), interrompendo uma trajetória de estabilidade que vinha sendo registrada desde novembro de 2019 com variações de até 0,2 p.p.
Material de Construção, com queda de -2,0% em relação a fevereiro de 2019, interrompe sequência de cinco meses de crescimento consecutivos. No acumulado do ano, a taxa foi de 0,3%. O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 4,2% em janeiro para 3,4% em fevereiro, mostrou perda de ritmo voltando ao patamar de outubro (3,5%).
Vendas do comércio crescem em 21 das 27 Unidades da Federação
Na passagem de janeiro para fevereiro de 2020, na série com ajuste sazonal, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista mostrou crescimento (1,2%) com predomínio de resultados positivos atingindo 21 das 27 Unidades da Federação. Nesse sentido, destacaram-se Tocantins (15,1%), Amazonas (3,5%) e Minas Gerais (2,7%). Já os principais destaques negativos ficaram por conta do Amapá (-3,8%), do Ceará (-1,7%) e de Rondônia (-0,5%). A Bahia registrou estabilidade (0,0%).
No comércio varejista ampliado, houve resultados positivos em 17 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Mato Grosso (5,6%), Tocantins (5,1%) e Minas Gerais (2,8%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram nove das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Amapá (-5,9%), Roraima (-2,1%) e Ceará (-1,3%). Distrito Federal apresentou estabilidade nas vendas (0,0%) frente a dezembro de 2019.
Frente a fevereiro de 2019, o volume de vendas do comércio varejista nacional teve resultados positivos em 25 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Amazonas (13,6%), Paraíba (11,8%) e Tocantins (11,8%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram duas das 27 Unidades da Federação: Ceará (-4,5%) e Bahia (-0,7%).
Considerando o comércio varejista ampliado, ainda no confronto com fevereiro de 2019, o crescimento foi acompanhado por 19 das 27 Unidades da Federação, com destaque, em termos de volume de vendas, para Tocantins (9,4%), Amazonas (9,3%) e Roraima (9,1%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram oito dos 27 estados, com destaque para: Rio Grande do Norte (-3,2%), Bahia (-2,5%) e Piauí (-2,4%).
Fonte: Agência de Notícias IBGE