Exportação desacelera

As exportações demonstram peso cada vez menor no faturamento da indústria brasileira. No acumulado dos últimos quatro trimestres encerrado em março, o índice ficou em 20,4%, de acordo com levantamento feito pela CNI em parceria com a Funcex. O número é menor do que os 20,6% registrados na pesquisa anterior, com dados trimestrais até dezembro de 2012. Já o indicador das importações cresceu quatro pontos percentuais em relação ao fim do ano passado e atingiu o recorde de 22%. Os resultados evidenciam a perda de competitividade dos produtos nacionais frente aos importados, de acordo com o economista da CNI Marcelo Azevedo. Para ele, o aumento do peso das importações não é apenas consequência da valorização do real frente ao dólar, que barateia os produtos de outros países no mercado doméstico e encarece as mercadorias nacionais aqui e no exterior. “Esse movimento mostra a dificuldade da indústria para enfrentar o mercado externo. O crescimento do consumo das famílias vinha ajudando as empresas internamente. Mas, com a crise lá fora cada vez mais forte, vários exportadores que enfrentam problemas em seus países trazem seus produtos para cá. Com isso, a concorrência aumentou muito”, explicou Azevedo. No setor de extração de petróleo e gás, um dos mais importantes para o faturamento da indústria, o coeficiente de abertura comercial caiu de 71,1% para 64,2% nas exportações e de 68,9% para 66,75% nas importações. Outro segmento que vem perdendo espaço no cenário internacional é a indústria automotiva. O peso das exportações de automóveis encolheu de 15,3% para 14,9% do faturamento entre o último trimestre de 2012 e o primeiro deste ano. A economia da Zona do Euro recuou pelo sexto trimestre seguido no início deste ano, marcando a recessão mais longa na área desde o início da série histórica em 1995. A produção do bloco, formado por 17 países, caiu 0,2% entre janeiro e março. Nem mesmo o crescimento de 0,1% registrado pela Alemanha, responsável por um terço da geração de riquezas da união monetária, evitou a espiral de queda. “A desgraça continua”, afirmou o economista sênior do ING em Bruxelas, Carsten Brzeski. Entre as principais nações, a retração atingiu França (0,2%), Itália (0,5%) e Espanha (0,5%). Diante dos números anêmicos, o euro atingiu a menor cotação frente ao dólar em seis semanas. (Fonte: Correio Braziliense)

Comments

Open chat
Como posso te ajudar?