Exportação não atingirá a meta

O governo jogou a toalha e admitiu que as exportações não chegarão à meta de US$ 264 bilhões estipulada para este ano. No máximo, ficarão no mesmo patamar de 2011, quando somaram R$ 256 bilhões.”Atravessamos um momento adverso e o cenário é de preocupação”, afirmou ontem o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.O secretário informou que, devido ao prolongamento da crise europeia, serão adotadas novas medidas para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. Outros setores, além dos 20 já contemplados, poderão ser beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. A prorrogação do Reintegra, programa de compensação de tributos aos exportadores, que termina no fim deste ano, também está em estudo. “Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter as exportações no mesmo nível de 2011”, disse Teixeira.Em agosto, as exportações despencaram 14,4% na comparação com o mesmo período de 2011 e somaram US$ 22,3 bilhões. Com isso, o superávit do mês recuou 17% e ficou em US$ 3,2 bilhões. No acumulado do ano, as vendas chegaram a US$ 160 bilhões (queda de 4,8%) e o saldo totalizou US$ 13,1 bilhões (- 34,1%).Os principais mercados das exportações brasileiras estão encolhendo. Os embarques para a China caíram 11,6%. Para a Argentina, a redução foi de 18,1% e para a União Europeia, de 16,8%. A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, mostrou-se preocupada com o recuo de preço das commodities, que respondem por 45% das vendas externas, principalmente o minério de ferro, cuja cotação já retrocedeu 20,8% neste ano. No mês passado, as receitas com o produto caíram 38,3% em relação a agosto de 2011. “Daqui para frente, será mais difícil atingir a meta de exportação. Não será possível contar com a soja, pois os embarques já terminaram e o desempenho da balança só tende a piorar”, alertou o presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.A greve dos fiscais da Receita Federal e demais órgãos que atuam nos portos, aeroportos e nas fronteiras terrestres, como Agência de Vigilância Sanitária e Ministério da Agricultura, ajudou a balança comercial, ao contribuir para o tombo de 14% das importações em agosto, em relação ao mesmo período de 2011. “Com certeza há uma parcela importante dessa queda em função da greve dos fiscais, mas ainda não sabemos quantificá-la”, afirmou o secretário executivo do Mdic, Alessandro Teixeira. (Fonte: Correio Braziliense)

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