Mesmo com o déficit de US$ 740 milhões de maio – o pior para o mês desde 2002 -, os números do comércio internacional do período apontam uma recuperação, segundo o Mdic, que reforçou a expectativa de uma reviravolta que permita fechar o ano com superávit.”O resultado de maio é um sinal claro dessa trajetória de recuperação”, disse ontem a secretária de comércio exterior do Mdic, Tatiana Prazeres. Entre os fatores destacados por ela para a balança comercial fechar o ano com exportações superiores a importações estão o bom desempenho da safra agrícola, a retomada das exportações do setor automotivo, a produção de milho e as exportações em patamares próximos dos verificados em 2011 e 2012 – anos de recorde de vendas ao exterior.
Um dos motivos apontados pelo Mdic para o déficit recorde até maio é a importação de aproximadamente US$ 4,6 bilhões de petróleo e derivados ocorrida no fim de 2012, mas que só agora terminou de ser contabilizada. “Todo o resíduo de importação de petróleo e derivados que ainda restava do ano passado foi contabilizado até maio”, disse Tatiana.Além da entrada de petróleo e derivados feita no ano passado e com efeitos apenas em 2013, há ainda o impacto do “aumento do consumo doméstico e queda das exportações” desses itens neste ano, frisou Tatiana.No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a o saldo registrado é um superávit de US$ 7,8 bilhões, informou a secretária, ao reforçar que o governo segue com expectativa de superávit na balança para o ano e que ainda não fará uma estimativa de valor de exportações em 2013.A perspectiva do Mdic é que as vendas externas vão ficar “em patamar elevado, no mesmo nível de 2011 e 2012, recordes para exportações”, disse Tatiana. Mesmo com a queda de 2,8% das exportações brasileiras no acumulado até maio em relação ao mesmo período do ano passado, o resultado ainda significa um patamar elevado nos embarques, visto que o momento é de crise internacional, quando há impacto tanto no preço como na quantidade exportada, avaliou.Sobre os efeitos da desvalorização do real no comércio exterior, a secretária disse que o impacto “não costuma ser imediato”. Ela lembrou ainda que os contratos de comércio internacional são fechados em prazos maiores. Assim, a interferência do câmbio não é significativa no curto prazo, lembrou Tatiana ao ser questionada se as recentes mudanças no patamar do dólar influenciam uma alta nas exportações e baixa nas importações. (Fonte: Valor Econômico)